Extremista austríaco investigado por possível ligação a Brenton Tarrant
As autoridades austríacas estão a investigar um ativista de extrema-direita pela possível ligação com o autor do ataque de Christchurch, na Nova Zelândia, que matou 50 pessoas em duas mesquitas no passado dia 15.
© Reuters
Mundo Nova Zelândia
Martin Sellner, chefe do grupo nacionalista Movimento Identitário da Áustria, recorreu às redes sociais, na segunda-feira, para revelar que a polícia revistou o seu apartamento e apreendeu dispositivos eletrónicos, depois de ter recebido uma "doação desproporcionadamente alta" de uma pessoa chamada Tarrant.
O porta-voz do Ministério do Interior, Cristoph Polzl, confirmou hoje à EFE que a agência antiterrorista do país, a BVT, revistou o domicílio em Viena, a pedido dos promotores de Graz, que investigam o caso.
De acordo com o porta-voz dos procuradores de Graz, Hansjorg Bacher, a doação de 1.500 euros foi descoberta durante uma investigação existente contra Sellner sobre possíveis crimes financeiros.
Num vídeo divulgado, o austríaco nega qualquer relação com o atentado e ressalva que está a ser investigado por suspeita de "participação numa organização terrorista", outra acusação que a procuradoria confirmou como "provisória" e que poderia modificar-se, em função do que a investigação descubra.
Na semana passada, as autoridades austríacas confirmaram que Brenton Tarrant havia visitado a Áustria, possivelmente no final de novembro de 2018, durante uma viagem à Europa, mas os detalhes dessa visita são desconhecidos.
Sellner é uma figura conhecida na extrema-direita austríaca e, entre as suas ações controversas, destaca-se uma em 2017, quando fretou um barco no Mediterrâneo que tentou impedir embarcações de ONG de resgatarem imigrantes e refugiados à deriva.
O navio dos extremistas foi apreendido no Chipre, no verão de 2017, e o capitão preso - libertado posteriormente - pela acusação de ter refugiados ilegais do Sri Lanka a bordo - a tripulação era dessa nacionalidade - e documentos falsos.
O navio e a sua tripulação do Sri Lanka foram abandonados pelos ultranacionalistas e a Cruz Vermelha teve de os ajudar, em Barcelona, em outubro de 2017, quando se encontravam sem recursos e combustível.
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