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ONU pede libertação imediata de jornalista detido há 20 dias a Moçambique

Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas pediram hoje, em Genebra, a libertação imediata do jornalista Amade Abubacar, cuja detenção pelas autoridades moçambicanas, há 20 dias, tem sido contestada por diversas organizações.

ONU pede libertação imediata de jornalista detido há 20 dias a Moçambique
Notícias ao Minuto

11:49 - 25/01/19 por Lusa

Mundo Direitos Humanos

"As autoridades moçambicanas devem libertar imediatamente o jornalista Amade Abubacar e investigar as alegações de que ele foi maltratado", anunciaram relatores independentes da organização, em comunicado.

O repto é lançado por David Kaye, relator especial das Nações Unidas para a área de liberdade de expressão, e por Seong-Phil Hong, secretário-geral do Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias.

"Numa altura de ameaças crescentes para jornalistas e órgãos de comunicação independentes", a prisão de Amade Abubacar e "as alegações de que foi maltratado são extremamente preocupantes", referiu Kaye.

Os especialistas dizem que a "detenção alegadamente arbitrária e maus-tratos, que parecem estar diretamente relacionados com o seu trabalho como jornalista, podem inibir o direito à liberdade de expressão em Moçambique".

Fonte do Comité para a Proteção de Jornalistas (CPJ), organização independente, anunciou que o jornalista foi transferido na quinta-feira do posto de polícia da vila de Macomia, onde reside, para um outro na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba.

"Um novo pedido de libertação sob caução vai ser feito", acrescentou, depois de o advogado de Amade Abubacar ter anunciado na segunda-feira, em entrevista à Lusa, que tinha requerido a liberdade nesse dia.

Amade Abubacar, 31 anos, jornalista da rádio comunitária Nacedje e colaborador do portal Zitamar News, foi detido a 05 de janeiro na vila de Macomia, província de Cabo Delgado, quando fotografava famílias que abandonavam a região com receio de ataques armados.

Ficou detido, incomunicável, numa base militar em Mueda, interior de Cabo Delgado, até ser transferido para o posto policial de Macomia, na última semana.

O tribunal da vila confirmou a sua detenção sob alegação de espionagem para terroristas, acusação que o Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) considerou esta semana ser falsa.

Segundo o MISA, o Ministério Público baseia-se num bloco de notas onde o jornalista terá anotados nomes de alegados autores de ataques a aldeias da região, revelando total incompreensão pelo trabalho de um jornalista.

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