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Quatro pessoas ficam com cancro após receberem órgãos do mesmo dador

Três dos quatro pacientes acabaram por morrer.

Quatro pessoas ficam com cancro após receberem órgãos do mesmo dador
Notícias ao Minuto

10:30 - 19/09/18 por Sara Gouveia

Mundo Holanda

Quatro pessoas desenvolveram cancro depois de terem recebido órgãos do mesmo dador, anos depois dos transplantes. Três dos pacientes não resistiram e acabaram por morrer da doença.

O dador, uma mulher, de 53 anos, doou os rins, pulmões, coração e fígado depois de ter morrido de um enfarte em 2007. Mas como nunca foram detetadas células cancerígenas nos órgãos vitais, estes acabaram por agir como um cavalo de tróia. 

Quatro dos cinco recetores morreram num espaço de seis anos, conta a revista científica American Journal of Transplantation. Três deles morreram depois de desenvolver cancro da mama, que acabou por se espalhar para os restantes órgãos. O quarto paciente de cancro sobreviveu depois de uma série de tratamentos, que incluiu a remoção do rim doado e a paragem da medicação imunossupressora - medicação feita após um transplante para evitar a rejeição do órgão, mas que também terá ajudado na propagação da doença - e quimioterapia.

O primeiro paciente que morreu depois do transplante foi uma mulher, de 42 anos, em 2009, que recebeu os dois pulmões, depois de o cancro começar nos órgãos doados e se espalhar para os ossos e para o fígado.

Foram feitos testes imediatamente aos outros recetores, uma mulher, de 62 anos, que tinha ficado com o rim esquerdo, e um homem, de 32, que ficou com o direito. O homem sobreviveu, mas a mulher morreu dois meses depois de ser diagnosticada com a doença no fígado.

O terceiro paciente a morrer de cancro da mama foi uma mulher, de 59 anos, que recebeu o fígado. O tumor foi encontrado em 2011, mas a doente recusou-se a fazer outro transplante e acabou por morrer em 2014.

O recetor do coração também morreu, cinco meses após o transplante, mas neste caso devido a sépsis, uma infeção generalizada dos órgãos.

Frederike Bemelman, uma das autoras do relatório, garantiu tratar-se de um caso "extremamente raro", de um risco de 1 em 10 mil, o primeiro que encontrou em mais de 20 anos na área da imunologia de transplantação. "Há sempre um pequeno risco" de alguma coisa correr mal durante um procedimento médico. 

O caso foi revelado pela universidade alemã de Tübingen e pelo centro médico da VU University, em Amesterdão.

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