"EUA estão muito perto de se tornar outra Polónia ou Hungria"
"Os dois países são membros da União Europeia onde a democracia como a entendemos já morreu", alerta Paul Krugman.
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Mundo Paul Krugman
Paul Krugman, economista norte-americano que ganhou o prémio Nobel da Economia em 2008, deixa um alerta aos seus compatriotas: se os republicanos vencerem as eleições de novembro para o congresso, os Estados Unidos correm o risco "de se tornar outra Polónia ou Hungria".
A escolha destes dois países não é por acaso. No artigo de opinião que assina no New York Times, Krugman caracteriza os dois países como "membros da União Europeia onde a democracia como a entendemos já morreu", pode ler-se.
"Em ambos os países estabeleceram-se regimes que mantém as eleições, mas destruíram a independência do poder judiciário, suprimiram a liberdade de imprensa, institucionalizaram a corrupção em larga escala e retiraram legitimidade à dissensão. O resultado parece ser o provável poder de um só partido no horizonte próximo". E, acrescenta, "isto pode facilmente acontecer aqui [EUA]".
Krugman alerta mesmo que os republicanos estão "desejosos" de se tornar "uma versão do Fidesz", o partido de extrema-direita liderado pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Além disso, o economista dá ainda exemplos de como os republicanos terão tentado diminuir o poder dos democratas, como aconteceu na Carolina do Norte, onde após a vitória de um democrata os republicanos aproveitaram os últimos dias de mandato para "limitar os poderes do governador".
O economista nobelizado fala ainda dos recentes casos de justiça envolvendo colaboradores próximos de Trump. Escreve Krugman que há um ano ainda se poderia pensar que o partido teria "limites" para a sua própria "conivência".Porém, é "agora claro que não há limites. [Os republicanos] farão tudo o que puderem para defender Trump e consolidar o poder".
Mais, escreve. Tal como na Polónia, que tinha sinais de crescimento estáveis, não foi a chamada "ansiedade económica" a motivar a ascensão de Trump ao poder. "Estudo após estudo mostraram que foi o ressentimento racial, e não a economia, a motivar os eleitores de Trump", conclui Krugman.
O artigo completo em inglês pode ser lido clicando aqui.
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