Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 20º

Poliomielite. Nova vacina com bom resultado em estirpe mutante da doença

Uma nova vacina contra a poliomielite teve resultados promissores para uma estirpe mutante da doença provocada pela vacina oral usada nos países mais pobres, segundo estudos publicados hoje na revista científica Lancet.

Poliomielite. Nova vacina com bom resultado em estirpe mutante da doença
Notícias ao Minuto

23:37 - 09/12/20 por Lusa

Lifestyle Lancet

É a primeira vacina para o poliovírus de tipo 2, está na segunda fase dos ensaios clínicos, em que participaram 1.200 pessoas, e mostrou ser segura e gerar imunidade em adultos e crianças, com maior estabilidade genética e menos probabilidade de se transformar numa forma do vírus que pode causar paralisia, como a tradicionalmente usada, a Sabin, tomada por via oral.

A Organização Mundial de Saúde recomendou a 'nOPV2' para uso de emergência, a primeira vez que uma vacina passou por esse crivo daquela agência das Nações Unidas, que pretende uma nova forma de conter surtos que se verificaram no Afeganistão, Paquistão, Filipinas, Malásia e outros países.

A poliomielite é uma doença viral altamente infecciosa que afeta principalmente crianças com menos de cinco anos. Cerca de 0,5 por cento dos infetados fica paralisado e destes, 5% a 10% morre por paralisia dos músculos respiratórios.

"Potencialmente, milhões de pessoas não têm imunidade ao vírus que deriva da vacina, que surge quando o vírus vivo enfraquecido presente nas vacinas orais muda e recupera a capacidade de infetar, provocar doença e disseminar-se em comunidades com baixas taxas de vacinação", afirmou o principal autor do estudo sobre os testes em adultos, Pierre Van Damme, da universidade belga de Antuérpia.

Antes de serem suspensas por causa da pandemia da covid-19, as campanhas de vacinação quase tinham conseguido a erradicação da poliomielite em todo o mundo, com uma diminuição de 99% dos casos desde 1988: de 350.000 casos para apenas 33 verificados em 2018.

A vacina oral é usada em países de baixos e médios rendimentos por causa do seu baixo custo e facilidade de uso: cada toma precisa apenas de duas gotas e garante imunidade intestinal, que diminui a taxa de transmissão em condições de falta de instalações sanitárias.

Na maior parte dos países mais ricos, a vacina é intravenosa e utiliza vírus inativo que não provoca a doenças, mas não garante imunidade intestinal.

Os esforços para erradicar a poliomielite têm-se centrado em acabar com surtos do poliovírus derivado da vacina oral, responsáveis por 90 por cento dos casos.

O responsável pelo estudo no ramo infantil dos testes clínicos, Ricardo Rüttimann, duma organização não governamental norte-americana dedicada a combater doenças em países pobres, afirmou que os resultados mostram que a vacina é "segura, bem tolerada e gera imunidade em crianças".

"Para erradicar todas as formas de poliomielite, os países têm que melhorar as campanhas habituais e suplementares de vacinação para garantir que chegam a crianças suficientes para fortalecer suficientemente a imunidade da população, para que o vírus já não consiga sobreviver", afirmou.

Os autores dos estudos reconhecem algumas limitações na investigação, considerando que a amostra de 1.200 pessoas obriga a que se reúna mais informação sobre a segurança e imunidade a longo prazo.

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório