Defesa de Jardim Gonçalves quer ouvir advogado de Berardo
A equipa de advogados de defesa de Jardim Gonçalves, liderada por Magalhães e Silva, pretende chamar a depor André Luiz Gomes, advogado de Joe Berardo, na sequência do testemunho dado esta terça-feira em tribunal pelo accionista de referência do BCP.
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Economia Caso BCP
"Esta foi a primeira parte de uma audição. Seguir-se-á a segunda parte, depois de a CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários] juntar ao processo os documentos entregues pelo senhor Berardo", disse Magalhães e Silva, no final da audição do empresário.
"Vamos confrontá-lo com os documentos e queremos ouvir o doutor André Luiz Gomes, já que pelo que ouvimos aqui é o senhor advogado [de Berardo] que sabe tudo", avançou.
Recorde-se que André Luiz Gomes é actualmente administrador do BCP e, esta terça-feira, por diversas ocasiões, Berardo disse que foi no seu advogado que se apoiou para interpretar os documentos que recebeu acerca de alegadas práticas ilegais da antiga gestão do BCP, que originaram denúncias às autoridades.
Por seu turno, Carlos Pinto Abreu, advogado de Filipe Pinhal, antigo presidente do BCP, que se mostrou por várias vezes agastado com as respostas dadas esta manhã por Berardo durante a sua audição, realçou o seu orgulho em ser o mandatário do seu arguido.
"Sinto-me orgulhoso em estar na defesa dos que construíram o BCP. Infelizmente, muitos houve que o destruíram", frisou.
Já para Rogério Alves, advogado de António Rodrigues, antigo administrador financeiro do BCP, "esta diligência [audição de Berardo] valeu mais pelo que a testemunha não se lembrou, que é suficientemente revelador, do que pelo nada que se lembrou".
Antes desta curta declaração, Rogério Alves tinha afirmado na sala do tribunal, no decorrer do julgamento, que só colocaria questões a Berardo se este começasse a responder às perguntas que os outros advogados lhe estavam a fazer.
"Se, entretanto, a testemunha se lembrar de alguma coisa, talvez lhe pergunte qualquer coisa", atirou o advogado.
Neste processo, que corre no 2º Juízo da 2ª Secção Tribunal de Pequena Instância Criminal (Campus da Justiça, Parque das Nações, em Lisboa), a entidade de supervisão acusa nove membros da anterior gestão do banco de terem prestado informação falsa ao mercado entre 2002 e 2007.
Em consequência dessa acusação, a CMVM aplicou coimas aos nove ex-administradores e decretou a inibição da actividade bancária a oito deles pelo máximo de cinco anos, mas os visados recorreram da decisão.
Alvo destas acusações estão Jorge Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, Christopher de Beck, António Rodrigues, Alípio Dias, António Castro Henriques e Paulo Teixeira Pinto, assim como Luís Gomes e Miguel Magalhães Duarte, ainda em funções no banco.
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