"Duvido que outro governo resistisse à persuasão dos Espírito Santo"
António Nogueira Leite comentou, aos microfones da Rádio Renascença, o caso BES que levou ao caso Novo Banco.
© DR
Economia Nogueira Leite
Numa altura em que o Novo Banco volta a estar na ordem do dia, devido ao adiamento da sua venda e às consequências que esta escolha terá nas contas públicas, António Nogueira Leite congratula-se com o facto de o Governo ter resistido a salvar o Banco Espírito Santo com recurso à Caixa Geral de Depósitos.
“O único aspeto em que eu acho que este Governo esteve bem, em que nenhum Governo anterior teria estado tão bem, foi quando não ordenou à Caixa Geral de Depósitos que salvasse o Grupo Espírito Santo”, referiu o antigo administrador do banco público.
Nogueira Leite disse ainda ter “muitas dúvidas de que algum governo anterior tivesse resistido à persuasão da família Espírito Santo e não o tivesse feito”.
Relativamente à solução encontrada para gerir a falência do Banco Espírito Santo, o economista só vê duas soluções.
“Ou o regulador – e o sistema bancário através do Fundo Resolução – está disponível para assumir contingências que nunca mais acabam e não sabe qual a dimensão do impacto que só se saberá mais à frente quando toda a litigância estiver sanada; ou então tem que estar disponível para conceder um desconto grande relativo ao risco”.
E, por isso, considera que o modelo aplicado é “muito arriscado”, mas lembra que é o “modelo que está estipulado e tem a bênção do Banco Central Europeu”.
E o que está em causa não é a competência de quem tem a responsabilidade de colocar este “modelo extraordinariamente arriscado” em prática.
“Se é preciso injetar mais capital? Ninguém sabe. Depende do que estes testes de stress [que serão realizados em novembro] disserem”, acrescentou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com