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Tribunal reduz coimas de Jardim Gonçalves para 500 mil euros

O Tribunal da Relação decidiu na quinta-feira reduzir o montante global das coimas que recaíam sobre o fundador do BCP, Jardim Gonçalves, de um milhão de euros para 500 mil euros, no processo interposto pelo supervisor do mercado.

Tribunal reduz coimas de Jardim Gonçalves para 500 mil euros
Notícias ao Minuto

14:09 - 07/03/14 por Lusa

Economia Caso BCP

Depois da decisão de condenação na 1.ª Instância, Jardim Gonçalves (e restantes arguidos) recorreram para a Relação, que decidiu reduzir as coimas sobre o antigo presidente do Banco Comercial Português (BCP).

"A juíza da 1.ª Instância não julgou. Limitou-se, em mais de 900 páginas, a reproduzir 'ipsis verbis' [integralmente] a decisão da CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], acompanhada de centena e meia de páginas de resumos de depoimentos prestados em audiência, a fazer fundamentação", lê-se numa declaração enviada à agência Lusa por Magalhães e Silva, advogado de Jardim Gonçalves.

E reforçou as acusações: "Tudo com a impunidade de saber que só os diretamente interessados iriam ler a cópia e compará-la com o original".

Mas o Tribunal da Relação também é visado por duras palavras por parte do advogado do antigo presidente do BCP.

"O acórdão da Relação, para vergonha da comunidade jurídica, vem coonestar tudo isto", considerou Magalhães e Silva.

Segundo fonte próxima do processo, a defesa de Jardim Gonçalves está a ponderar apresentar recurso desta decisão da Relação.

Neste processo contraordenacional, os nove antigos gestores do BCP recorreram para o Tribunal da Relação de Lisboa, depois de o Tribunal de Pequena Instância Criminal confirmar em meados de janeiro as acusações da CMVM que sobre eles recaíam.

A 18 de janeiro de 2013, o Tribunal de Pequena Instância Criminal deu como provadas as acusações da CMVM contra os nove arguidos do caso BCP, confirmando as coimas totais superiores a quatro milhões de euros.

Naquela data, Jardim Gonçalves viu confirmadas as contraordenações muito graves que deram origem a uma coima única de um milhão de euros, a mais elevada entre os nove arguidos que tinham recorrido do processo administrativo lançado contra eles pelo supervisor.

O antigo banqueiro viu também confirmada a inibição de desempenhar cargos no setor financeiro durante cinco anos.

Mas o Tribunal da Relação reviu em baixa quer o montante das coimas (em cúmulo jurídico), quer dos períodos de inibição de atividade, da maior parte dos arguidos, devido à "prescrição das coimas" relativas "aos factos datados de 31 de março de 2004 e de 11 de abril de 2005", segundo avançou à Lusa fonte do tribunal.

Deste modo, no que toca a Jardim Gonçalves, além de ter sido reduzida a coima para meio milhão de euros, o período de inibição foi fixado em dois anos e seis meses.

Filipe Pinhal, que também presidiu o BCP, e que tinha sido condenado a uma coima de 800 mil euros e a inibição por cinco anos, viu as sanções reduzidas para 700 mil euros e dois anos e meio.

Já ao antigo administrador financeiro do BCP, António Rodrigues, a quem tinha sido aplicada uma coima única (após cúmulo jurídico) de 900 mil euros e cinco anos de inibição, viu a Relação reduzir a coima para 750 mil euros e a inibição para dois anos e meio.

Christopher de Beck, antigo administrador do banco, que tinha sido condenado a pagar uma coima de 650 mil euros e forçado a cumprir a inibição de funções durante quatro anos, terá que pagar 550 mil euros, ficando inibido durante 2 anos e seis meses.

António Castro Henriques, antigo administrador do BCP, tinha sido condenado a pagar uma coima de 250 mil euros e cumprir uma inibição por dois anos, viu as penalizações baixarem para 150 mil euros e um ano.

A Alípio Dias, antigo administrador, tinha sido aplicada uma coima de 200 mil euros e a inibição de funções durante um ano, as mesmas sanções fixadas a Paulo Teixeira Pinto, antigo presidente do BCP.

No caso de Alípio Dias, segundo avançou hoje o Diário de Notícias, o juiz decretou a sua absolvição, tal como o fez no que diz respeito a Miguel Magalhães Duarte, que tinha sido condenado a pagar 75 mil euros e foi o único arguido a quem não tinha sido decretada qualquer inibição em termos de desempenho profissional.

Quanto a Paulo Teixeira Pinto, a Relação decidiu que, quer a coima, quer a inibição, se mantêm tal como a 1.ª Instância tinha definido.

A Luís Gomes, antigo diretor do banco, a juíza da 1.ª Instância tinha passado uma coima de 250 mil euros e a inibição durante três anos, com a Relação a suavizar a coima para 150 mil euros e a inibição para um ano.

No total, no que toca à decisão da 1.ª Instância, os nove arguidos foram condenados a coimas de 4,325 milhões de euros devido à acusação de terem prestado informação falsa ao mercado entre 2002 e 2007.

Agora, a Relação condena-os ao pagamento de coimas de 2,1 milhões de euros, menos de metade do valor estipulado na 1.ª Instância.

[Notícia atualizada às 19h].

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