Doentes interrompem tratamento de Sida por falta de dinheiro
No dia mundial da luta contra a Sida, o Público noticia que muitos doentes seropositivos estão a interromper os tratamentos por não terem dinheiro para pagar deslocações ao hospital, onde são distribuídos os medicamentos. Uma situação que preocupa médicos por todo o País.
© Reuters
Economia Deslocações
A crise económica e a falta de dinheiro para pagar as deslocações aos hospitais, para levantar medicamentos, está a levar muitos doentes seropositivos a interromper tratamentos, de acordo com o Público.
“Há doentes aflitos”, afirmou a médica do Hospital Joaquim Urbano no Porto, Ana Horta, garantindo que muitas pessoas “passam fome para conseguir cumprir a terapêutica”.
Mas há quem nem isso consiga e tenha de desistir dos tratamentos por falta de dinheiro para pagar os transportes para se deslocar ao hospital. “A interrupção da terapêutica poderá levar ao desenvolvimento de resistências ao tratamento” e à necessidade de passarem a tomar medicamentos mais caros, explicou ao Público a infecciologista do Hospital Amadora-Sintra Teresa Branco, constatando que “as pessoas não têm dinheiro para transportes públicos, nem sequer uma vez por mês”, porque para quem mora a 30 km do hospital, as deslocações podem custar mais de 20 euros.
As dificuldades estão a levar os doentes ao encontro de associações, como a Liga Portuguesa contra a Sida, e a pedir que sejam estas a levantar a medicação.
Face às necessidades, os médicos dos hospitais encaminham os mais necessitados para os assistentes sociais, mas tanto a estes como aos estabelecimentos de saúde faltam recursos para providenciar o transportes dos doentes. E o problema continua.
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