"É verdade que Portugal nestes jogos decisivos tem respostas positivas. Espero que assim seja. Recuperar espírito contra a Suécia pode ser importante. Passámos a imagem do que somos como grupo. Espero que estes dois jogos [com Estados Unidos e Gana] sejam a nosso favor e consigamos passar", disse, em conferência de imprensa.

Depois da goleada sofrida frente à Alemanha (4-0) na estreia, Portugal está praticamente obrigado a vencer os Estados Unidos, no domingo, para manter as esperanças de apuramento para os oitavos de final.

"Acho que nós, jogadores, sabemos o que fizemos. Não foi um jogo bem conseguido, foi uma derrota bastante dura. Numa competição tão curta como esta, temos de levantar cabeça e pensar no próximo encontro. Claro que deixa marcas uma derrota desta envergadura. Tentar esquecer e pensar que é possível, já contra os Estados Unidos", referiu.

Para Postiga, "a pressão ia sempre existir, mesmo que as coisas tivessem corrido de forma diferente com a Alemanha", considerando os Estados Unidos "uma equipa bem organizada, muito forte fisicamente e que vem com a confiança de ter vencido o primeiro jogo".

Apesar de ter estado vários meses lesionado, o avançado garante estar bem fisicamente e pronto para a ajudar a seleção frente aos Estados Unidos.

"Fisicamente estou bem, sei que vim de quatro meses complicados e é normal que quando cheguei cá não estivesse tão bem, mas, com o passar do tempo, as coisas melhoraram e sinto-me capaz de ajudar a seleção", afiançou.

Segundo melhor marcador em atividade na seleção portuguesa (27), apenas atrás de Cristiano Ronaldo (49), Postiga garantiu que não ficará surpreendido se não for titular frente aos Estados Unidos e que vai "continuar a trabalhar à espera de uma oportunidade para ajudar a equipa e voltar a marcar".

A seleção tem tido várias lesões musculares desde o início do estágio, tendo as mais graves acontecido no encontro com a Alemanha, com Fábio Coentrão a ficar afastado do resto do Mundial2014 e Rui Patrício e Hugo Almeida até ao final da fase de grupos.

"De facto, temos tido bastantes casos médicos, espero que as coisas melhorem. São coisas que acontecem. Muitos jogadores tiveram épocas desgastantes. Foi um ano de grande desgaste físico e psicológico, pode ser uma das razões. Esperemos que as coisas melhorem e que os jogadores possam melhorar e ajudar a seleção", disse.

Sobre Cristiano Ronaldo, Postiga disse ele próprio já estar cansado de tantas notícias sobre o estado físico do capitão da seleção e que é normal fazer gelo no final de um treino, revelando que ele próprio hoje teve de pôr três sacos.

O avançado acredita que Ronaldo pode ser decisivo em qualquer posição, mesmo a ponta de lança: "O Cristiano, da forma como joga, pode jogar em qualquer posição. É um jogador importantíssimo, o melhor do Mundo, pode fazer a diferença em qualquer posição. Depende do selecionador saber onde ele pode render mais".

Postiga admitiu ainda "as críticas vazem parte profissão", lembrando que ele próprio tem sido muitas vezes o alvo.

"Depois de um momento difícil, o mais fácil é arranjar motivo para criticar. Nós, jogadores, já estamos vacinados depois de um jogo destes. O Pepe sabe que errou e seguramente vai estar a apoiar-nos ao máximo neste jogo e contra o Gana será mais um", assumiu.

Em relação ao calor que Portugal vai encontrar em Manaus, com temperaturas a rondar os 30 graus e humidade superior a 80 por cento, Postiga diz que o clima tem de ser uma questão secundária e que a equipa tem "treinado com bastante calor" em Campinas.

"Eu acho que está calor. Se em Manaus, está mais calor, se calhar está. Alguns jogadores também têm feito sauna. Se calhar podemos correr lá e ver o que dá", disse, em jeito de brincadeira.

Portugal e os Estados Unidos defrontam-se no domingo, às 18:00 locais (23:00 em Lisboa), em encontro da segunda jornada do Grupo G do Mundial2014, que terá arbitragem do argentino Nestor Pitana.