Vítor Pavão dos Santos recebe terça-feira o Prémio Amália
O historiador Vítor Pavão dos Santos, de 80 anos, recebe na próxima terça-feira, em Lisboa, no Teatro Municipal S. Luiz, o Prémio Amália, que pela primeira vez é atribuído a uma única personalidade.
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Cultura Historiador
O galardão foi decido, por unanimidade, por um júri presidido pelo ex-diretor-geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, e, constituído, entre outros, pela cantora Simone de Oliveira e os fadistas Maria Amélia Proença e Rodrigo.
Em ata, o júri destacou o "extraordinário papel" do antigo diretor do Museu do Teatro na divulgação da carreira de Amália Rodrigues (1920-1999), de quem foi o seu primeiro biógrafo.
Referem os jurados que Pavão dos Santos "devotou toda a sua admiração e colocou grande empenho, pessoal e profissional, na divulgação e estudo" da carreira da fadista e poetisa.
A entrega do prémio decorre na X Gala Amália Rodrigues, que é protagonizada pelos fadistas Tânia Oleiro, que será acompanhada pelos músicos Bernardo Couto, na guitarra portuguesa, e José Elmiro Nunes, na viola, e Ricardo Ribeiro.
O fadista Ricardo Ribeiro, que em anteriores edições recebeu os prémios Amália Revelação e Melhor Intérprete, será acompanhado à guitarra portuguesa por Pedro Castro, à viola por Jaime Santos Jr., e à viola baixo por Francisco Gaspar.
Em comunicado, a Fundação Amália Rodrigues, criada por vontade testamentária da fadista, afirma que, "a receita do espetáculo será integralmente entregue a instituições de solidariedade social como sempre foi o desejo da cantora".
Pavão dos Santos, no entender do investigador Frederico Santiago, que coordenou a edição discográfica "Amália no Chiado", é "o infante D. Henrique da obra amaliana".
Na perspetiva deste investigador, deve-se a Pavão dos Santos o despertar do interesse pela extraordinária carreira de Amália e ter-nos chamado à atenção para a sua importância e excecionalidade.
A Associação Portuguesa dos Amigos do Fado, num comunicado enviado à Lusa, escreve que esta "é uma distinção inquestionável, dado o reconhecido labor deste investigador em prol do fado, nomeadamente da carreira da sua mais lídima representante".
O lisboeta Vítor Pavão dos Santos é licenciado em História de Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi o fundador do Museu Nacional do Teatro, inaugurado em 1985, do qual foi o primeiro diretor, e esteve na génese do Museu Nacional do Traje (1973), com Natália Correia Guedes.
No âmbito das muitas iniciativas do Museu do Teatro - à frente do qual esteve cerca de 20 anos -, organizou, em 1989, uma exposição evocativa dos 50 anos da atividade artística de Amália, comemorações das quais foi membro da comissão executiva. Nesse ano, o investigador publicou a obra 'Amália-uma biografia', que reeditou, atualizada e revista, em 2005.
Entre outras funções, foi investigador da Fundação Calouste Gulbenkian, de 1967 a 1982, no âmbito do projeto documental para a História de Arte em Portugal, e dirigiu o departamento de Museus, Palácios e Fundações do então Instituto Português do Património Cultural.
Em 1983, no âmbito da XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura sob o lema "Os descobrimentos portugueses e a Europa do Renascimento", foi responsável do núcleo da Casa dos Bicos, que apresentou "A Dinastia de Avis e a Europa, Arte e Quotidiano".
Dos títulos que publicou refira-se também 'A revista à portuguesa' (1978), a fotobiografia 'Amália, uma estranha forma de vida' (1992), e, este ano, 'O fado da tua voz -- Amália e os poetas' e 'O Veneno do Teatro ou conversas com Amélia Rey Colaço'.
Pavão dos Santos destacou-se também como desenhador de cenários e figurinos para espetáculos teatro, dirigidos por diferentes encenadores, nomeadamente Carlos Avilez, e Filipe la Feria, mais recentemente.
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