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'Marighella' estreia em maio após suspensão pela Agência de cinema

'Marighella', o primeiro filme dirigido pelo ator brasileiro Wagner Moura, estreará no Brasil, no próximo 14 de maio, após a data de estreia anterior, marcada para novembro último, ter sido suspensa pela Agência de Cinema do país.

'Marighella' estreia em maio após suspensão pela Agência de cinema
Notícias ao Minuto

19:43 - 16/01/20 por Lusa

Cultura Brasil

A confirmação da data de estreia de 'Marighella', longa-metragem sobre o político comunista brasileiro Carlos Marighella, opositor durante a ditadura no Brasil, foi hoje confirmada pela produtora do filme, a O2 Filmes, na sua página da internet.

'Marighella', que tem como ator principal o cantor e compositor brasileiro Seu Jorge, estava previsto estrear no passado dia 20 de novembro, quando se celebra o dia da Consciência Negra no país sul-americano.

Contudo, em setembro último, a produtora do filmou anunciou o cancelamento da estreia devido ao facto de não ter conseguido cumprir "todos os trâmites" exigidos pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) do Brasil, nomeadamente a comunicação da data de lançamento com pelo menos 90 dias de antecedência, segundo a imprensa local.

'Marighella' estreou-se sob aplausos no Festival de Berlim, em fevereiro do ano passado, passando depois por mais de 30 festivais em diferentes países, como Estados Unidos, Itália ou Austrália.

Em Portugal, a longa-metragem estreou-se em novembro passado, no âmbito do Lisbon & Sintra Film Festival (Leffest).

'Marighella' aborda os últimos cinco anos de vida do escritor, político e guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura brasileira, desde 1964 até à sua morte violenta numa emboscada, em 1969.

Wagner Moura, conhecido mundialmente por interpretar o narcotraficante colombiano Pablo Escobar na série televisiva 'Narcos', disse, durante uma conferência de imprensa em Santiago, Chile, onde o seu filme se estreou em agosto, pela primeira vez na América-Latina, que no Brasil há uma "guerra de narrativas" sobre os factos da ditadura (1964-1985).

Para o ator e realizador brasileiro, existem aqueles que negam os factos da ditadura, como considera ser o caso do atual Presidente do país, Jair Bolsonaro, e os que querem contá-los, como é o seu próprio caso.

"No Brasil, há uma guerra de narrativas. Temos um Presidente que diz que a ditadura não existiu, que a ditadura foi boa, que a tortura é um método possível para obter informações, e acho muito importante contar histórias para as pessoas vejam que sim, houve ditadura militar, e que foi terrível ", disse Moura.

O brasileiro declarou que o seu filme está num pólo completamente oposto ao de Bolsonaro e da sua negação da ditadura, mas que não decidiu efetuar as filmagens para enfrentar o atual Governo, visto que o filme começou a tomar forma em 2013, quando Dilma Rousseff era a chefe de Estado do Brasil, mas sim para "contar uma história que foi apagada do passado".

"Eu queria falar sobre a ditadura militar e a resistência à ditadura. O filme vai de 1964, com o golpe, a 1969, quando eles matam Marighella. O desafio para mim era ter uma história emocional e, ao mesmo tempo, falar sobre muitos eventos históricos que aconteceram nesses cinco anos", explicou Moura.

O elenco do filme conta ainda com Bruno Gagliasso, Humberto Carrão e Adriana Esteves.

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