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Seis freguesias de Lisboa contra o encerramento de esquadras

Cerca de 50 moradores das freguesias de Carnide, Alcântara, Campolide, Marvila, Arroios e Santa Maria Maior manifestaram-se hoje junto ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, contra o encerramento de catorze esquadras na cidade.

Seis freguesias de Lisboa contra o encerramento de esquadras
Notícias ao Minuto

06:53 - 09/07/14 por Lusa

País Manifesto

Os elementos da Comissão de Utentes de Lisboa, que organizaram a manifestação, pretendiam reunir com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, para lhe entregar os abaixo-assinados dos moradores das seis freguesias afetadas com o encerramento de esquadras, mas não foram recebidos.

Pela manutenção das esquadras e pelo policiamento de proximidade, a Comissão de Utentes de Lisboa conseguiu juntar "mais de sete mil assinaturas da população", referiu a porta-voz da Comissão, Cecília Sales.

A Comissão de Utentes de Lisboa está contra o encerramento das esquadras, principalmente porque acontece "exatamente numa situação difícil a nível económico e social que as populações" vivem, disse.

Para Cecília Sales, a mobilidade em segurança das populações trata-se de "um serviço público".

O encerramento de esquadras, acordado entre o governo e Câmara de Lisboa, é "o abrir de portas para uma maior criminalidade e insegurança das populações", referiu.

"Os últimos governos deixaram as esquadras em perfeito abandono e degradação, os profissionais tem más condições de trabalho", reconheceu a responsável pela manifestação.

Para a representante da Comissão de Utentes de Lisboa, o governo quer "fazer crer que o fecho das esquadras trará mais segurança à população, isso não é verdade".

"O que nos dizem é que com os fechos destas esquadras, nós podemos ficar 'tranquilos', porque sairão 260 polícias para as ruas, a tal polícia de proximidade, não é verdade", lamentou.

O presidente da junta de freguesia de Carnide, Fábio Sousa, considerou que os fechos das esquadras são "um atentado à segurança das populações".

A freguesia de Carnide, que conta com 24 mil residentes, vai ver fechar três esquadras, "que estavam a fazer um bom trabalho a nível de policiamento de proximidade", disse o presidente.

Com o fecho de três esquadras, a freguesia passa assim a ter apenas uma esquadra, que "não está localizada em nenhum dos bairros (...) e que nem sequer tem habitações próximas, não tem acessos, não há nenhum único autocarro que passe por lá, acaba por ser uma esquadra de ninguém", reforçou Fábio Sousa.

A participar na manifestação, António Ferreira, morador na freguesia de Arroios, disse que o fecho das esquadras "vai dar mais força aos assaltantes".

A viver em Marvila, Filomena Verde destacou a importância da presença de forças de segurança fixas na freguesia. "Temos várias escolas dispersas pela freguesia, são escolas problemáticas e que precisam realmente da força policial para defesa das nossas crianças", disse.

A reorganização policial de Lisboa prevê o encerramento de 14 esquadras na cidade, em locais como Rossio, Mouraria, Santa Marta, Rato, Arroios, Zona I, Chelas Zona J, Bairro da Horta Nova, Bairro Padre Cruz, Carnide, Calvário, Quinta do Cabrinha, Campolide e Serafina.

Nesses locais, vão abrir outras seis, nomeadamente na Baixa Pombalina, Palácio da Folgosa, na estação do Metropolitano do Marquês de Pombal, em Campolide, no Lispólis (Lumiar) e em Alcântara.

O objetivo da proposta, segundo o ministro da Administração Interna, é ter "mais visibilidade das forças de segurança", "maior proximidade e maior intensidade de patrulhamento" e "menos elementos policiais dedicados a atividades de logística e administrativa".

A proposta da reorganização das esquadras em Lisboa, elaborada pelo Governo e pela PSP, foi aprovada a 28 de maio em reunião de câmara, sob contestação de moradores e do presidente da Junta de Freguesia de Carnide.

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