Bombista faz-se explodir numa procissão xiita no nordeste da Nigéria
Um bombista suicida fez-se explodir hoje no meio de uma procissão de muçulmanos xiitas a 20 quilómetros a sul de Kano, no nordeste da Nigéria, informaram os organizadores, que falam de "dezenas de mortos".
© Reuters
Mundo Procissão
O ataque ocorreu cerca das 14h00 locais (13h00 em Lisboa) "matando dezenas" de fiéis na localidade de Dakasoye, afirma no seu site na Internet o Movimento Islâmico na Nigéria, dirigido pelo xeque Ibrahim Zakzaky, que organizou a procissão.
"Havia uma enorme multidão, é ainda cedo para fazer um balanço preciso das vítimas", disse à agência France Presse um dos organizadores que não quis ser identificado.
Antes, explica o comunicado divulgado no referido 'site', um primeiro bombista suicida tinha sido detido e confessado que um segundo se encontrava entre a multidão.
O segundo suicida ter-se-á feito explodir quando percebeu que o seu cúmplice tinha sido detido, disse a mesma fonte à AFP.
"Estava vestido de preto como toda a gente. O seu cúmplice tinha sido detido antes e tinha confessado que eles tinham sido enviados pelo (grupo radical islâmico) Boko Haram", adiantou.
"Eles faziam parte dos jovens raptados pelo Boko Haram na cidade de Mubi (estado de Borno) o ano passado e levados para a floresta de Sambisa onde foram obrigados a ter treino militar. Foram enviados para Kano há 11 dias e mantidos numa casa especificamente para realizarem este ataque", precisou o organizador.
Os fiéis participavam numa "marcha simbólica" de Kano a Zaria, no vizinho estado de Kaduna, onde o xeque Zakzaky está sediado, para marcar o 40.º dia do luto xiita de Ashura, pelo aniversário da morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé.
A chegada a Zaria, prevista para 3 de dezembro, devido coincidir com a concentração de peregrinos na cidade iraquiana de Kerbala, onde se encontra o túmulo do imã Hussein.
O sunita Boko Haram já tinha escolhido os muçulmanos xiitas como alvo noutras ocasiões.
Iniciada em 2009, a revolta do Boko Haram e a sua repressão causaram pelo menos 17.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados na Nigéria.
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