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Forças armadas do Sudão acusadas de crimes de guerra

As forças armadas sudanesas cometeram crimes de guerra na região do Kordofan do Sul, nomeadamente bombardeando zonas e infraestruturas civis, indicou hoje a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) num comunicado.

Forças armadas do Sudão acusadas de crimes de guerra
Notícias ao Minuto

17:15 - 04/08/15 por Lusa

Mundo Amnistia Internacional

As forças governamentais enfrentam desde 2011 nas províncias do Kordofan do Sul e do Nilo Azul uma insurreição do ramo do Exército Popular de Libertação do Sudão no norte (SPLA-N).

"Há vários anos que uma 'chuva' de bombas e de granadas de morteiro lançadas pelas forças armadas sudanesas cai sobre a população civil, destruindo vidas e meios de subsistência e criando uma grave crise humanitária", declarou Michelle Kagari, diretora regional adjunta da AI.

A organização não-governamental sediada em Londres afirma que uma equipa de investigadores esteve em maio nas zonas ocupadas pelos rebeldes no Kordofan do Sul, onde encontrou provas da utilização de munições de fragmentação pelas forças governamentais que tiveram como alvo edifícios civis, nomeadamente escolas e instalações médicas.

A Amnistia Internacional dá conta da morte de 35 civis entre janeiro e abril em bombardeamentos aéreos e disparos de artilharia.

Os investigadores não se deslocaram às zonas sob controlo do governo. Cartum proíbe regularmente o acesso das organizações estrangeiras de defesa dos direitos humanos ao Kordofan do Sul e ao Nilo Azul, assim como ao Darfur, onde as autoridades enfrentam outra insurreição desde 2003.

"Ter como alvo zonas e infraestruturas civis que não representam objetivos militares legítimos, utilizando sem discriminação armas proibidas e outras armas, constitui um crime de guerra", sublinhou Kagari.

A agência France Presse referiu que as forças armadas não puderam ser contactadas para comentar as afirmações da AI.

O presidente sudanês, Omar al-Bashir, é objeto desde 2009 e 2010 de dois mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade e genocídio no Darfur. Mais de 300.000 pessoas morreram neste conflito, de acordo com as Nações Unidas.

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