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"A podridão que leva à crise é esta do GES e de outros"

Numa conversa desenvolvida na Renascença, entre Daniel Bessa e Carvalho da Silva, ambos consideraram este domingo que o país nada tem a ganhar com a crise no BES. De acordo com o antigo líder sindical “Num momento em que é preciso valorizar a economia real, incentivar trabalhadores e empresários para Portugal encontrar caminhos de futuro, é tempo de acabar com esta proteção direta ou indireta”, sublinhou.

"A podridão que leva à crise é esta do GES e de outros"
Notícias ao Minuto

16:22 - 20/07/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Opinião

A crise no BES voltou a dar um sinal internacional das fragilidades da economia portuguesa. Entre as muitas opiniões que têm sido veiculadas na comunicação social, Daniel Bessa e Carvalho da Silva comentaram este domingo a crise no BES, estando de acordo em alguns pontos: os portugueses não podem pagar um novo caso de má gestão de banqueiros; e Portugal nada beneficia com esta crise, sobretudo num momento em que se tenta começar a fomentar o crescimento económico.

"Sobre o Grupo Espírito Santo, de tudo o que li e ouvi, o que mais gostei foi da posição de Jerónimo de Sousa, líder do PCP. Teve uma posição equilibradíssima. Ouvi-o dizer duas coisas: não gostaria de ver os portugueses a pagar um novo caso e gostaria de ser melhor esclarecido no sentido de o tranquilizarem", sublinhou o antigo ministro Daniel Bessa, alegando depois que “isto é exemplar do ponto de vista da contenção e da substância: já pagamos que chegue e não somos responsáveis e precisamos de ir mais longe na procura da verdade", conclui.

Sobre este ponto, também Carvalho da Silva foi perentório: “num momento em que é preciso valorizar a economia real, incentivar trabalhadores e empresários para se encontrarem caminhos de futuro, é tempo de acabar com esta proteção direta ou indireta", sublinha o sociólogo, em clara menção ao que, para si, tem sido um papel protecionista do Estado para com os grandes grupos financeiros.

Mas o antigo líder sindical vai mais longe, e diz que os portugueses já estão a pagar a crise no GES, sem o saberem.

"Porque o que o poder anda à procura de encontrar uma forma de pôr o povo a pagar sem perceber que está a pagar. Mas já está a pagar: o emprego na PT e em dezenas de empresas é posto em causa com todos estes movimentos", acusa o ex-líder da CGTP. Também aqui coincide a posição de Bessa: "custos para o país? São desde logo custos para muitas pessoas e empresas que, no fundo, são mais pessoas. Isto leva-nos muito longe. Não está excluído que um cliente de outro banco qualquer se veja atingido porque, por exemplo, um fundo de investimento a que aderiu nesse banco tem papel do grupo GES", explicou, acrescentando, “no limite, isto leva-nos a milhares de pessoas. Depois, há o país no seu conjunto, cuja reputação internacional não tem nada a ganhar com isto", alerta o ex-ministro socialista.

Para Daniel Bessa, "não há razão nenhuma, absolutamente nenhuma, seja no GES, seja com quem for, para levar o Estado a colocar os contribuintes a proteger interesses acionistas. O depositante mais comum sim deve ser protegido. É a pessoa que tem cinco ou dez mil, seja o que for. Quero acreditar que essa garantia vai ser respeitada. Espero é não ter de pagar por isso", previne.

Porém, numa toada bem mais de ataque e de análise profunda às raízes da crise que atinge Portugal, Carvalho da Silva destaca que a culpa desta situação não é dos portugueses, pelo que não deveriam ser estes a ser sacrificados."É tempo de dizer aos portugueses que não são os culpados dos sacrifícios que agora estão a pagar. Não são os culpados das situações que geraram os sacrifícios que lhes estão a ser impostos. A podridão que leva à crise de Portugal é esta dos grupos Espírito Santo e outros. É dos saques, dos desvios, das manipulações que foram feitas".

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