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A brutal realidade de trabalhar para a gigante online Amazon

Um jornalista infiltrou-se como trabalhador de um armazém da Amazon e contou a experiência desgastante.

A brutal realidade de trabalhar para a gigante online Amazon
Notícias ao Minuto

13:35 - 27/11/17 por Sara Gouveia

Tech Trabalho

"Pausas para casa de banho cronometradas, objetivos impossíveis e trabalhadores a adormecer de pé". É assim que o jornalista Alan Selby descreve a experiência de trabalhar num armazém da gigante de vendas online, Amazon.

O armazém da Amazon em Essex, no Reino Unido, é dos maiores embaladores da Europa, enviando para casa dos consumidores cerca de 1,2 milhões de items por ano.

Alan Selby infiltrou-se no armazém da gigante revendedora online para descobrir trabalhadores a dormir em pé, devido à exaustão  de trabalharem 55 horas por semana. Os que não aguentam os horários e os objetivos inatingíveis são convidados a sair e alguns saem mesmo de ambulância.

Segundo o jornalista, há câmaras que vigiam todos os movimentos dos trabalhadores, um ecrã à sua frente que lhes relembra constantemente quantas encomendas embrulham por hora e quanto tempo levaram a fazê-lo.  

Em Itália e na Alemanha, os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e melhores salários, tendo já inclusivamente entrado em greve, mas, segundo a história revelada no Daily Mail, os trabalhadores do Reino Unido relatam já ter dormido em tendas e debaixo de pontes para conseguirem chegar ao trabalho a tempo.

Com especialistas a alertar para os riscos de doenças mentais e físicas dos trabalhadores, a Amazon tem prometido resolver a situação. No entanto, segundo descreve o jornalista, há queixas de casas de banho imundas e pausas demasiado curtas. 

"Porque não é permitido que nos sentemos quando está calmo e não caótico? Somos seres humanos, não somos escravos ou animais", desabafou um dos trabalhadores ao jornalista.

Alan descreve as condições em que ele próprio trabalhou como uma história obscura. "Os turnos começavam às 07h30 e acabavam às 18h00. A fábrica não tinha luz natural, era iluminada por lâmpadas florescentes, o que fazia com que a noite e o dia não se diferenciassem", relata.

"A maior parte dos relógios foi coberto por fita-cola pelos trabalhadores, desesperados para não serem lembrados de quanto tempo falta para o seu turno acabar. Mas o tempo ainda manda aqui - uma nova encomenda tem de estar selada e pronta a cada 30 segundos", acrescenta.

Durante um turno inteiro os trabalhadores têm direito a duas pausas de meia hora, o que segundo conta, mal dava tempo para conseguirem comer.

Uma "ambulância foi chamada depois de uma rapariga sofrer um ataque de pânico quando soube que o tempo a mais obrigatório ia significar que trabalhasse cerca de 55 horas na altura do Natal", descreve ainda.

O armazém "era tão vasto que andar até à casa de banho podia levar mais de cinco minutos". A cerca de meio do dia de trabalho, o jornalista diz que se sentia esgotado, mas que era logo relembrado de que os seus números iam ser afetados se parasse.

Um dos colegas disse-lhe que alguém lhe perguntou porque havia tanta rotatividade entre trabalhadores, "porque estão a matar pessoas aqui. Todos os meus amigos pensam que morri. Estou exausto."

O jornalista termina o relato extenuante recordando como a Amazon descreve os seus locais de trabalho. "Oferecemos ótimos empregos e um ambiente positivo com oportunidades de crescimento. Como a maior parte das empresas, esperamos um certo nível de performance", é descrito. "No que diz respeito a tratar os trabalhadores como pessoas, a Amazon ainda tem muito por fazer", remata Alan Selby.

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