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Refugiados são empreendedores e essa motivação deve ser valorizada

Os refugiados devem ser também encarados como empreendedores e muitos têm as competências e as motivações necessárias para avançar com projetos inovadores e sustentáveis nas comunidades de acolhimento, sustentaram hoje ativistas presentes na Web Summit.

Refugiados são empreendedores e essa motivação deve ser valorizada
Notícias ao Minuto

14:21 - 06/11/18 por Lusa

Tech Ativista

A ideia foi defendida por Josephine Goube e Guillemette Dejean, duas mulheres que lideram dois projetos com uma forte componente social, Techfugees e Chatterbox, respetivamente, totalmente dirigidos aos refugiados, à sua integração e valorização profissional nos países de acolhimento.

O ponto de partida para a conversa com as duas responsáveis num dos vários palcos da Web Summit foi a pergunta "Porque devemos contratar refugiados?", mas Josephine Goube, presidente executiva da Techfugees (empresa de cariz social que mobiliza o setor das tecnologias para a questão dos refugiados), marcou logo uma posição de princípio.

"Sinto-me desconfortável ao termos de colocar esta questão (...). É a mesma coisa quando perguntamos porque razão temos de contratar mulheres ou pessoas de cor. Ser refugiado não é uma identidade, é uma condição", frisou Josephine Goube.

A representante lembrou que estas pessoas perderam "todo o capital" das suas vidas, uma vez que perderam o acesso aos respetivos países, perderam as respetivas casas e, em muitos casos, perderam as respetivas famílias.

"Querem um novo caminho e estão motivadas para isso", referiu Josephine Goube, lembrando que muitos milhares das mais de 68 milhões de pessoas atualmente deslocadas no mundo por causa de guerras, desastres naturais ou perseguições são jovens, desejam ser empreendedores e, como tal, também querem criar trabalho.

"Também como forma de retribuir com as comunidades que os acolhem", argumentou.

"A pergunta é como podemos ajudá-los nesse sentido", afirmou a responsável pela Techfugees, acrescentando que estas pessoas, que devem ser encaradas acima de tudo como seres humanos, também geram novas necessidades ao nível do mercado, dos produtos e das marcas.

Uma ideia reforçada por Guillemette Dejean, responsável pela Chatterbox, uma empresa social que incide no ensino de línguas estrangeiras por formadores que são refugiados.

"Como refugiados são elos de ligação social, que estão fortemente motivados, e estabelecem ligações com as comunidades que os recebem", disse.

E enumerou algumas "histórias de sucesso", como é o caso de um jornalista sírio que atualmente está a ensinar a sua língua materna a vários jornalistas britânicos ou a história de uma professora também oriunda da Síria que, apesar de não ter esse estatuto reconhecido no Reino Unido, está a contactar com crianças em várias escolas britânicas e a partilhar os seus conhecimentos sobre o mundo árabe.

Outra história partilhada foi a de uma arquiteta de Damasco (capital da Síria) que quando chegou a Paris não conseguiu as equivalências necessárias para exercer a profissão e montou a sua própria empresa de turismo.

"O talento e as competências está à espera para ser aproveitados", reforçou Guillemette Dejean.

No final do painel, a responsável pela Techfugees deixou um desafio à organização da Web Summit: trazer na próxima edição os próprios refugiados para relataram na primeira pessoa as suas experiências.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa, devendo permanecer na capital portuguesa até 2028.

A edição deste ano realiza-se até quinta-feira no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.

Segundo a organização, nesta terceira edição do evento em Portugal, participam cerca de 70 mil pessoas de mais de 170 países.

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