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"Portugal comporta-se como um Governo fantoche"

O vice-presidente do CDS Nuno Melo afirmou hoje que é "uma mentira absoluta" que tenha aprovado uma resolução do Parlamento Europeu a defender listas transnacionais e acusa o Governo ser um "fantoche de alemães, franceses e italianos".

"Portugal comporta-se como um Governo fantoche"
Notícias ao Minuto

12:56 - 19/01/18 por Lusa

Política Nuno Melo

"Portugal comporta-se como um Governo fantoche de alemães, franceses e italianos, e atraiçoa os países médios e pequenos, que se tinham consensualizado na recusa desta proposta de listas transnacionais ao Parlamento Europeu", defendeu Nuno Melo em declarações à Lusa.

O eurodeputado acusa o ministro e dirigente socialista Augusto Santos Silva de "mentira absoluta", afirmando que nem o CDS votou qualquer resolução no sentido dessas listas nem o próprio voto do Parlamento Europeu as refere, remetendo, sim para uma "discussão transnacional".

Santos Silva afirmou na quinta-feira: "Não consigo perceber, especificamente em relação ao PSD e ao CDS, como podem ser hoje contra as listas transnacionais, quando os seus eurodeputados, em 2015, votaram a favor de uma resolução que expressamente recomenda a formação das listas transnacionais".

Nuno Melo contrapõe que não votou essa resolução, diz que Santos Silva incorreu num "engano premeditado" e sublinha que "a própria resolução não prevê listas transnacionais em nenhum ponto".

"A única coisa que refere é a necessidade de se iniciar uma discussão transnacional, como, por exemplo, já aconteceu com o candidato à presidente da Comissão Europeia nas últimas eleições, ou na forma de escolha dos comissários", afirmou Nuno Melo.

O dirigente e eurodeputado centrista sublinha que Santos Silva reconheceu "que o Governo pondera que os eurodeputados portugueses sejam escolhidos pelos diretórios alemães, franceses e italianos, que dominam os grupos políticos europeus".

Melo sublinha o Governo e o PS ignora vozes de personalidades como Vital Moreira, que argumentou que "as listas transnacionais consagram deputados de primeira e de segunda", através de uma alteração ao sistema eleitoral europeu que "vai distorcer as escolhas dos portugueses".

"Está o Governo, portanto, de acordo que se abra a porta a extremistas de extrema-esquerda e extrema-direita, que poderão beneficiar destas listas. Num confronto entre a Marine Le Pen e o senhor Pitella, quem é que sairia vencida? Ninguém conhece o senhor Pitela, só os italianos", ilustrou.

Para Nuno Melo, "os socialistas portugueses, através do Governo, colam-se à foto de Emmanuel Macron- querendo fazer esquecer que o candidato socialista foi Hamon e teve 4% dos votos - sobre propostas relativamente às quais nem refletem".

O ministro dos Negócios Estrangeiros defendeu na quinta-feira que a declaração subscrita pelo Governo português que admite listas transnacionais ao Parlamento Europeu não passa de uma "ideia a discutir" e que Portugal não está obrigado a adotá-la.

"O Governo português assinou uma declaração, a Declaração de Roma. O compromisso a que chegaram os chefes de Estado e de Governo dos sete países da Europa Mediterrânica - e a declaração é clara [quanto a esse ponto] - diz que essa ideia das listas transnacionais poderia ser uma boa maneira de nós procurarmos chegar a um objetivo que nos une, que é o de reforçar a democraticidade da Europa", disse o MNE português.

Ou seja, acrescentou Santos Silva, "Portugal entende que essa é uma ideia, e como todas as ideias deve ser discutida".

A declaração - com o título "Levar a UE adiante em 2018" - da IV cimeira, em que participaram os chefes de Estado e de Governo de Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia, Chipre e Malta, refere, no último ponto: "Apoiamos todas as iniciativas destinadas a promover a democracia e a participação dos cidadãos. A este respeito, congratulamo-nos com a ideia das consultas dos cidadãos, em toda a Europa, sobre as principais prioridades para o futuro da União Europeia, que poderiam ser organizadas a partir da próxima primavera. No mesmo espírito, as listas transnacionais de deputados do Parlamento Europeu, a serem eleitos a nível europeu, poderiam reforçar a dimensão democrática da União".

O primeiro-ministro, António Costa, negou ter dado o seu acordo à proposta do Presidente francês, Emmanuel Macron, para a criação de um círculo transnacional nas eleições europeias, contrapondo que os socialistas portugueses se têm oposto e salientou que alguns pontos da declaração final da cimeira, "embora não sendo objeto de rejeição, não têm acordo" de todos.

As próximas eleições europeias estão previstas para maio de 2019.

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