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Passos alerta que agravamento da dívida pode comprometer subida do rating

O líder do PSD considerou hoje "uma boa notícia" a melhoria pela Moody's da perspetiva sobre a dívida pública portuguesa, mas alertou que a subida do 'rating' poderá ficar "comprometida" mantendo-se a "tendência de agravamento da dívida".

Passos alerta que agravamento da dívida pode comprometer subida do rating
Notícias ao Minuto

18:42 - 02/09/17 por Lusa

Política PSD

"Se esta tendência que tem oscilado um bocadinho nos últimos meses de agravamento da dívida pública [se mantiver] poderia ficar comprometido o objetivo da melhoria do 'rating'", advertiu Pedro Passos Coelho, acrescentando, contudo, esperar "que o Governo seja sensível a esses sinais e, até ao final do ano, faça tudo o que está ao seu alcance para que o rácio da dívida pública venha a baixar".

É que -- salientou em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à AgroSemana--Feira Agrícola do Norte, que decorre desde quinta-feira até domingo na Póvoa de Varzim - "isto, parecendo que são coisas muito financeiras, é essencial para a melhoria das condições de vida dos portugueses, do emprego, da qualidade de vida dos cidadãos e melhoria do rendimento".

Segundo recordou o presidente do PSD, tal como na sexta-feira a agência de notação Moody´s anunciou uma melhoria da perspetiva sobre a dívida pública portuguesa de estável para positiva (embora mantendo o seu 'rating' em Ba1 - nível especulativo, vulgarmente chamado de 'lixo'), também em 2014, perto do final do seu mandato, as agências de 'rating' "colocaram a dívida portuguesa num 'outlook' positivo".

"Infelizmente a seguir, um ano depois, com a solução eleitoral que acabou por vingar [o atual Governo liderado por António Costa], houve um compasso de espera e um tempo que se perdeu para melhorar o 'rating' da República", disse.

Afirmando esperar "que seja desta vez e que, durante o próximo ano, possa concretizar-se essa melhoria do 'rating'" da dívida portuguesa, Passos Coelho salientou que este "é o próximo passo mais relevante" de que o país precisa, "porque isso depois tem repercussões muito positivas noutro tipo de investidores que podem ser atraídos não apenas para a dívida pública, mas também para o investimento privado no país".

Recordando que a melhoria do 'rating' "depende no essencial da capacidade para cumprir as metas em termos orçamentais", mas "também da avaliação que for feita quanto ao comportamento da dívida portuguesa e do peso que essa dívida tem no produto", o líder do PSD lembrou que no ano passado a meta do défice só foi atingida com recurso a um "plano B, com medidas extraordinárias, com mais recursos financeiros e com cativações muito fortes".

"Pena que o Governo não tivesse, logo desde o início, posto em prática políticas que nos permitissem não desperdiçar esse tempo e ganhar o ano de 2016 para, no início deste ano, podermos ter a subida do 'rating', como era desejado", sustentou.

"Mas o importante -- acrescentou - é que existe essa expectativa positiva, isso é bom para o país. Agora é bom que o Governo cumpra o objetivo do défice e preste também atenção à evolução do rácio da dívida pública, que será importante para as agências de notação".

Pedro Passos Coelho aproveitou ainda a visita à AgroSemana para voltar a recomendar ao Governo de António Costa "alguma parcimónia, cuidado e escrúpulo" no anúncio de "medidas futuras que de certa maneira visam condicionar as escolhas dos cidadãos" nas eleições autárquicas de outubro.

"É o que nós esperamos de uma democracia madura. Os governos, quando há eleições, devem abster-se de tomar ou anunciar medidas que podem condicionar as escolhas dos eleitores. E o que muitas vezes acontece é que dia sim, dia sim, estamos a ver o Governo a anunciar coisas para futuro, agora vai fazer-se o que não se fez durante dois anos de investimento público e assinam-se contratos e promessas, todos os dias este exercício é feito pelo Governo", criticou.

Apesar de "convencido que as pessoas não se deixam enganar por este tipo de comportamento", o líder do PSD considera que "ele não fica bem" e "não faz parte de uma sociedade madura, desenvolvida e democrática" como a portuguesa.

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