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Presidente de ASJP lamenta que estatuto esqueça parte remuneratória

A presidente cessante da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) lamentou hoje que a questão remuneratória tenha ficado de fora do Estatuto dos Magistrados Judiciais aprovado em Conselho de Ministros, mas não se mostrou surpreendida com tal facto.

Presidente de ASJP lamenta que estatuto esqueça parte remuneratória
Notícias ao Minuto

17:43 - 22/03/18 por Lusa

País Juízes

Em declarações à agência Lusa, Manuela Paupério referiu que, durante as negociações relativas ao Estatuto, o Ministério da Justiça (MJ) manteve uma "grande intransigência" relativamente à questão remuneratória, não discutindo essa matéria, quando, na opinião da ASJP, "a parte remuneratória é intrínseca ao Estatuto"

Manuela Paupério entende, assim, que o Estatuto hoje aprovado está "incompleto", observando que os magistrados judiciais abdicaram de fazer greve por terem a promessa de deputados da Assembleia da República de que quando o diploma fosse discutido no Parlamento a questão remuneratória seria devidamente discutida.

"Espero que os deputados honrem a palavra dada", disse a presidente da ASJP, sublinhando que o Estatuto não pode consagrar unicamente deveres, esquecendo direitos. A ASJP, lembrou, vê a questão remuneratória como uma garantia da independência do poder judicial.

A dirigente da ASJP alertou que, com a nova organização judiciária, foi criada a figura do juiz presidente da comarca, o qual, embora em funções na primeira instância, fica com um salário e ajudas de custo que superam a remuneração dos juízes dos tribunais superiores, criando assim uma "entorse" no sistema.

Em relação à proposta de lei hoje aprovada, Manuela Paupério espera que contenha as normas que foram negociadas com a ASJP, admitindo que tais alterações possam ser melhoradas durante o processo legislativo.

O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei que altera o Estatuto dos Magistrados Judiciais, conformando-o com o novo desenho da organização judiciária aplicado em 2013.

"Tendo decorrido mais de 30 anos sobre a aprovação do Estatuto dos Magistrados Judiciais em vigor, considerou-se adequado propor uma intervenção mais abrangente que permitisse não só a atualização, mas também o aperfeiçoamento do estatuto, vincando os princípios estruturantes do exercício da função judicial", indica o comunicado da reunião do Conselho de Ministros.

Segundo o Governo, o estatuto dos juízes será agora tendencialmente ordenado pelo "princípio da autossuficiência regulatória e da unidade estatutária, regendo todas as vertentes do exercício da função judicial".

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