Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 12º MÁX 17º

"Se há bombeiros mal alimentados, mal hidratados, o que é que esperamos?"

A Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV), através do seu presidente, Rui Silva, queixa-se da ausência da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) na gestão do dinheiro dedicado à alimentação dos bombeiros e pede que haja mais planificação junto das autarquias.

"Se há bombeiros mal alimentados, mal hidratados, o que é que esperamos?"
Notícias ao Minuto

15:02 - 01/09/17 por Anabela de Sousa Dantas

País APBV

O Estado dedica a cada bombeiro 21,20 euros por dia para serem investidos em alimentação. No entanto, de acordo com as notícias dos últimos dias, esta é uma área onde se sentem as maiores deficiências. "Não é por falta de pagamento da autoridade que os bombeiros não comem bem e em quantidade", esclarece o presidente da Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV) ao Notícias ao Minuto.

"As associações muitas vezes fazem as refeições lá no quartel com aquilo que é dado pela população e depois - não há desvios - há investimentos dessas verbas em equipamentos de proteção individual, e noutras coisas que são precisas", indica Rui Silva.

O responsável sublinha que esta é uma situação que “não pode continuar” porque, se há necessidade de maior comparticipação para com as associações, “não se pode estar a pedir sempre ao mesmo, não se pode estar a pedir ao bombeiro”.

“Nós já alertámos o atual Governo numa reunião que tivemos no ano passado, onde entregámos um ofício, porque depois associado a isto vêm outras coisas: quem é nos garante a qualidade da alimentação? Quem é que nos garante que o valor calórico da alimentação oferecida aos bombeiros é suficiente para o esforço que lhes é pedido? Que condições de higiene e segurança existem na sua confeção?”, questionou.

Admitindo que a situação se agravou este ano, porque “começou a ser recorrente a improvisação da feitura das refeições” no teatro de operações dos grandes incêndios, Rui Silva confirmou que as refeições estão a ser servidas “de uma forma mais precária e com menor qualidade”.

“Se temos bombeiros mal alimentados, mal hidratados, o que é que esperamos como resultado?”, censurou, alertando que o fornecimento de refeições deve estar previsto no Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, elaborado pela autarquia e pelos seus serviços municipais.

O Ministério da Administração Interna ordenou, entretanto, um inquérito à ANPC sobre as condições de fornecimento de refeições aos bombeiros. Um inquérito que Rui Silva aguarda "com muita ansiedade" porque as queixas já são feitas "há muito tempo". "Aliás, este foi sempre o calcanhar de Aquiles da ANPC e dos grandes teatros de operações", acrescentou.

"O papel da ANPC não pode ser de desconhecimento. O que a ANPC faz permanentemente é não ouvir as queixas dos bombeiros", acusa, justificando assim "a sangria" que se tem feito sentir nas corporações. "O número mágico de 30 mil bombeiros é mentira. Temos neste momento 24 mil bombeiros, mas a sangria continua a ser maior do que as entradas", alertou.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório