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Universidade do Porto assistente em processo por desvio de dinheiro
A Universidade do Porto constituiu-se assistente num processo relacionado com o alegado desvio de 77 mil euros da Faculdade de Medicina Dentária (FMD) em abril de 2015 e a Polícia Judiciária realizou duas buscas naquela instituição de ensino superior.
© Global Imagens
País FMD
Em entrevista telefónica à Lusa, o diretor da FMD da Universidade do Porto (UP), Miguel Pinto, confirmou que a UP já se constitui como assistente num processo relacionado com o "roubo de 75 mil euros em dinheiro e um cheque de dois mil euros da FMD" em abril de 2015.
Os 77 mil euros desapareceram de dentro de uma pasta que estava em cima da secretária de uma funcionária da FMD. A secretária foi suspensa por oito meses por "negligência grosseira" e encontra-se a "cumprir castigo há dois meses", adiantou Miguel Pinto.
Segundo Miguel Pinto, a Polícia Judiciária realizou duas buscas à FMD, uma em outubro de 2015 e outro em março de 2016 "na sequência do roubo de 2015" e durante as buscas foram apreendidos "milhares de documentos de contabilidade da Faculdade de Medicina dentária", referentes aos anos de "2010 a 2014".
De acordo com diretor da FMD, este alegado desvio de dinheiro "levanta questões de intranquilidade". Todavia, aquele responsável assegura que o ensino da Medicina Dentária aos alunos e os tratamentos médicos nunca foram colocados em causa e que "as contas estão positivas".
A Lusa contactou a Polícia Judiciário do Porto e a Procuradoria-Geral da República, mas até ao momento não foi possível obter nenhuma informação adicional sobre o caso destacado hoje, em primeira página, pelo Jornal de Notícias.
Em declarações à Lusa, por escrito, em maio, o diretor da FMDUP, Miguel Pinto, já havia confirmou a existência de duas buscas pela Polícia Judiciária em outubro de 2015 e março deste ano, com apreensão de documentos contabilísticos relativos ao período entre 2010 e 2014, e disse ter ficado "muitíssimo surpreendido com a primeira busca e chocado com a segunda".
O reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, sublinhou à Lusa, na altura e no âmbito deste caso, que a UP "desenvolve a sua atividade com total transparência e no respeito e cumprimento dos princípios de boa gestão dos dinheiros públicos".
"Em qualquer potencial sinal de desvio destes princípios a reitoria é promotora e parte ativa de todas as iniciativas necessárias para o esclarecimento total das situações que suscitem dúvidas", acrescentou o reitor.
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