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Panama Papers: Os primeiros portugueses na berlinda

São cidadãos portugueses, nascidos no país ou estrangeiros imigrados: há 240 nomes ligados a Portugal e alguns já são conhecidos.

Panama Papers: Os primeiros portugueses na berlinda
Notícias ao Minuto

07:44 - 09/04/16 por Carolina Rico

País Investigação

Há mais de 240 portugueses nas offshores do Panamá, revelam hoje a TVI e o Expresso no âmbito da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas num dossier que ficou conhecido como Panama Papers.

Luís Portela, antigo presidente da farmacêutica Bial surge associado à Grandison International Group Corp, uma offshore no Panamá na qual assumiu direitos de procuração em 2004.

O empresário controlava aquela offshore de forma indireta mas tinha poder para movimentar dinheiro e ativos na conta bancária que lhe estava associada. A empresa terá entretanto sido encerrada.

Em resposta, sem querer entrar em pormenores sobre o assunto, Luís Portela referiu apenas que a Bial tem uma filial no Panamá.

Ilídio Pinho empresário que tem a Fundação homónima sediada no Porto foi outro nome indicado. Recusa qualquer ligação a paraísos fiscais dizendo que não tem "rigorosamente nada a ver com isso".

 Manuel Vilarinho empresário e antigo presidente do Benfica é o terceiro implicado nos Panama Papers. “Sei que estou lá, sabe o Ministério Público”, disse em resposta ao Expresso.

Admite ter tido uma offshore e ressalva que “isso não é crime”. Garante ser “um cidadão cumpridor” e já ter pago “tudo o que devia”.

Da lista fazem parte advogados (pelo menos 13 escritórios), gestores de ativos e empresários, principalmente ligados ao imobiliário e empresas de comércio e internacional, um ourives do Porto, donos de empreendimentos turísticos do Algarve e um empresário ligado ao futebol cujo nome ainda não é conhecido.

A Abreu Advogados, empresas especializadas na gestão de participações e em planeamento fiscal, como a FTA Consulting, de Lisboa, a TPM Tax Planning Management, do Funchal, a insolvente Tallantyre Consultants, de Cascais, e a já extinta Startrade Management, da zona franca da Madeira são nomeadas.

O 'saco azul' do BES 

A Mossack Fonseca terá ainda ajudado a esconder um alegado 'saco azul' do Banco Espírito Santo, que durante 21 anos serviu para entregar dinheiro e património de forma camuflada a destinatários ainda por identificar, recorrendo a circuitos complexos fora de Portugal.

Pela offshore Espírito Santo Entreprise, criada em 1993 por todos os membros do conselho superior do GES, o núcleo duro da família Espírito Santo, tendo, desde o início, como presidente Ricardo Salgado e como vice-presidente José Manuel Espírito Santo Silva, terão passado mais de 300 milhões de euros.

Além desta mais de 300 companhias offshore,diretamente e indiretamente relacionadas com as actividades e com o próprio controlo accionista do grupo e do Banco Espírito Santo, foram criadas através da sociedade de advogados Mossack Fonseca.

Ex-ministros e outras Pessoas Politicamente Expostas

O gestor de fortunas português Jorge Cunha "admite contactos com um representante de Isabel do Santos", filha do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos e que ex-ministros portugueses "também fazem parte da sua lista de clientes".

Também o gestor de fortunas Jorge Humberto Cunha Ferreira aparece nos Panama Papares como representante de "Pessoas Politicamente Expostas" de Portugal, África e América Latina.

Apenas em maio será conhecida a lista completa de nomes mencionados nos Panama Paperes, os 11,5 milhões de documentos provenientes da empresa de advogados panamiana Mossack Fonseca, que revelaram bens em paraísos fiscais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.

Esta fuga de informação sem precedentes levou a uma investigação realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação constituído por 370 jornalistas de mais de 70 países.

Mais de 214 mil entidades offshore estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.

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