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BES: Jornalista do i edita livro sobre fatores que ditaram fim do banco

A jornalista do i Sílvia Caneco acaba de lançar um livro no qual retrata o ambiente vivido nas últimas reuniões do conselho superior do GES e a "conjugação de fatores" que ditaram a queda do grupo e do BES.

BES: Jornalista do i edita livro sobre fatores que ditaram fim do banco
Notícias ao Minuto

15:47 - 03/02/15 por Lusa

País GES

"As Conversas Secretas do Clã Espírito Santo", assim se chama a obra, é, diz a editora, a "história de uma família destruída e destituída de segredos, contada pelas vozes dos próprios membros do clã Espírito Santo".

"Creio que estas conversas provam que não houve uma razão para a queda do Grupo Espírito Santo [GES], houve uma conjugação de fatores. Criou-se a ideia de que tudo ruiu porque o duelo entre os primos saltou para a praça pública. Não foi por isso, ou, pelo menos, não foi só por isso", conta a autora, Sílvia Caneco, em declarações à agência Lusa.

A jornalista acompanhou nos últimos meses a queda do GES e do BES no i, mas no livro agora editado há "um tempo, um espaço e uma liberdade narrativa que não são compatíveis com um jornal diário".

"O livro conta na íntegra tudo, mesmo tudo o que foi dito nas últimas 16 reuniões do conselho superior do GES. Mostra como os principais representantes da família viveram os dias do fim, quem são e por que discutiam e mostra também que nem tudo o que tem sido dito na Comissão Parlamentar de Inquérito é verdade. A grande mais-valia do livro é que é a história contada de dentro, pelas vozes dos próprios Espírito Santo, e em tempo real, à medida que as desgraças iam desabando sobre o grupo", diz Sílvia Caneco.

O BES foi alvo de uma medida de resolução por parte do Banco de Portugal no começo de agosto de 2014.

Em novembro, arrancou uma comissão parlamentar de inquérito onde até ao momento foram ouvidas mais de 30 personalidades ligadas direta ou indiretamente ao BES ou ao GES.

A obra de Sílvia Caneco, de 340 páginas, é editada pela Esfera dos Livros.

Além do retrato das reuniões, há ainda curiosidades que os leitores poderão conhecer: Ricardo Salgado, por exemplo, "tem um humor cáustico extraordinário", o primo do Brasil é "o mais avarento", José Maria Ricciardi exalta-se "demasiadas vezes", por exemplo.

"Conseguia rir-me ou sentir a tensão, dependendo dos momentos. Houve a dificuldade inicial de transcrever dezenas de horas de gravações e de perceber quem era a voz de quem. Depois, foi preciso desmontar o que estava a ser dito. E isso exigiu muito estudo, cruzamento das conversas com outros documentos e entrar no mundo da banca e dos seus conceitos. Juntando o trabalho do jornal à escrita do livro foram três meses e meio muito intensos a ouvir conversas e a ler tudo o que havia para ler sobre o BES e sobre o GES", concretiza a jornalista.

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