Meteorologia

  • 20 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 13º MÁX 21º

Comerciantes confiam em ponte para resolver problema das cheias

Os comerciantes da baixa de Sacavém, em Loures, fartos de inundações nos seus estabelecimentos, esperam que a construção de uma nova ponte sobre o rio Trancão evite que o problema se repita nos próximos invernos.

Comerciantes confiam em ponte para resolver problema das cheias
Notícias ao Minuto

09:32 - 08/11/14 por Lusa

País Sacavém

A obra, da responsabilidade das Estradas de Portugal (EP), contempla a substituição do atual tabuleiro, datado da década de 40 do século passado, assim como o aumento do vão da ponte, explicou à agência Lusa fonte da empresa.

O prazo de execução da obra, que devia ter começado em setembro e ainda não tem data prevista para o arranque, é de um ano e representa um investimento de 2,5 milhões de euros.

O projeto está a gerar expetativa junto de comerciantes da baixa de Sacavém, que todos os anos costumam ser afetados pelas cheias.

É o caso de José Sardinha, comerciante há mais de 40 anos, que diz estar "bastante habituado" a que a água irrompa pelo seu café.

"Que façam a ponte, porque ela faz aqui muito falta. É preciso que seja feita a retenção das águas e que seja construída a ponte", defendeu.

O comerciante conta que em 2010 até foi construída na freguesia uma bacia de retenção para tentar minimizar os efeitos das cheias, mas a solução não teve efeitos práticos.

"Eles [Simtejo] gastaram quatro milhões e meio de euros que não serviram de nada", criticou.

A obra, que contemplou a construção de um açude para facilitar o escoamento das águas residuais provenientes da pista do Aeroporto de Lisboa, foi levada a cabo pela Simtejo, empresa responsável pela recolha, tratamento e rejeição das águas residuais dos municípios da Amadora, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira.

A construção da nova ponte sobre o rio Trancão também é vista "com bons olhos" por José Marques, proprietário de outro café, que disse acreditar que a infraestrutura vai contribuir também para minimizar os problemas de trânsito na freguesia.

"Acho muito bem que construam uma nova ponte. Aqui, de manhã, está tudo entalado e engarrafado. Se alguém entrar no trabalho [em Lisboa] às 09:00 tem sempre de sair às 07:00 daqui", disse o comerciante, que vive há mais de meio século em Sacavém.

Por outro lado, a Câmara de Loures, que tem mantido várias reuniões com as Estradas de Portugal e com o Governo a propósito da nova ponte, mostra algumas reservas em relação ao projeto, temendo que venha a agravar ainda mais o problema das cheias.

"Existem muitas apreensões com o caneiro (estrutura que drena as águas para o rio). A obra pode causar impactos negativos sobre essa infraestrutura que sabemos está em péssimas condições. Para nós, a construção da nova travessia não pode corresponder a um agravamento das cheias", disse à Lusa o vice-presidente da autarquia, Paulo Piteira (CDU).

Contudo, o autarca reconheceu a importância da obra para a freguesia e apontou como objetivo a resolução definitiva do problema das inundações na baixa de Sacavém.

"É impossível mantermos por mais anos a situação de aflição, cada vez que chove, para esta população. Entendemos que deve existir um forte investimento da administração central, porque este é um problema regional e não apenas do concelho de Loures", argumentou.

Em informação enviada à agência Lusa, em setembro, a Estradas de Portugal explicou que a ponte irá, por um lado, "permitir o aumento da secção de vazão na zona da estrutura e permitir um melhor escoamento do rio em situação de cheia" e que, por isso, não irá contribuir para o aumento do caudal de águas que, proveniente de montante, se dirige para a baixa de Sacavém quando se regista maior pluviosidade.

O problema das cheias de Sacavém e as alternativas para a sua resolução vai estar segunda-feira em discussão numa reunião organizada pela Agência Portuguesa do Ambiente que vai juntar a Câmara de Loures e várias entidades ligadas à área.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório