"Durante a noite houve um reforço significativo de homens e viaturas, nomeadamente máquinas de rasto, que estiveram empenhados em trabalhos de contenção para debelar o incêndio e facilitar o trabalho dos meios aéreos hoje de manhã", adiantou à agência Lusa o presidente da Câmara de Almeida, António José Machado, por volta das 10h30.
Segundo o autarca, neste concelho raiano do distrito da Guarda mantém-se ativa uma frente, que avança lentamente em direção à Estrada Nacional (EN) 340, na zona de Aldeia Nova.
"Está na margem esquerda do rio Côa e a preocupação dos operacionais é que não passe para a margem direita. O fogo está ativo em zonas muito escarpadas e a arder muito lentamente. Os Alpha [aviões médios] estão a ser uma ajuda preciosa", acrescentou.
Uma segunda frente lavra em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, onde começou este fogo, na quarta-feira, mas também aqui estão empenhados vários meios aéreos.
O presidente da Câmara de Almeida referiu ainda a existência de alguns pontos quentes no perímetro do incêndio que estão sob vigilância dos operacionais.
"Estão posicionados em vários pontos para atuarem de imediato assim que haja reacendimentos e parar o fogo logo ao início", disse António José Machado.
O autarca acrescentou que, por enquanto, não há vento e que mais meios deverão chegar ao concelho durante o dia de hoje para "resolver esta ocorrência".
Este incêndio começou pelas 14h58 na localidade de Cinco Vilas, em Figueira de Castelo Rodrigo, na quarta-feira, e avançou pelas margens do rio Côa para os concelhos de Almeida e Pinhel.
Às 10h44 de hoje estavam empenhados nesta ocorrência 225 homens, 71 veículos e seis meios aéreos, segundo o 'site' da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Um bombeiro da corporação de Pinhel ficou ferido com gravidade, quando o autotanque que conduzia foi atingido pelas chamas, em Valverde, no concelho de Almeida.
O voluntário de 45 anos sofreu queimaduras graves e foi transportado pelo helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica para os Hospitais de Coimbra.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Os fogos provocaram três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss e de um helicóptero Super Puma, estando previsto chegarem mais dois aviões Canadair ainda hoje.
Segundo dados oficiais provisórios, até 21 de agosto arderam 234 mil hectares no país, mais de 53 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
Leia Também: Cinco formas de ajudar regiões afetadas pelos fogos a renascer das cinzas