Meteorologia

  • 18 MAIO 2024
Tempo
18º
MIN 13º MÁX 20º

"É em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar"

Presidente focou o seu discurso no impacto que o cenário internacional terá em Portugal e lembrou que é em "momentos mais graves como estes, que mais importa votar".

"É em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou, este sábado, ao país e deixou um apelo claro ao voto nas eleições legislativas de domingo, numa altura em que os tempos são "muito difíceis" lá fora e cá dentro. No seu discurso, o chefe de Estado alertou que "um voto desperdiçado, quando mais fazia falta, nunca é compensado por outro voto mais tarde". 

Marcelo deu início à sua comunicação recordando o "longo período eleitoral e pré-eleitoral", que permitiu "motivar e mobilizar a decisão dos portugueses", mas destacou que "ninguém – pessoa ou instituição – pode substituir ou sequer condicionar, o sentido final da vontade popular". 

"É possível encontrar muitas semelhanças entre o que dominou as eleições de 2022 e o que domina as eleições de 2024", notou o Presidente, referindo que há agora "três grandes preocupações", duas "expressas" e uma terceira mais "silenciada" muito "semelhantes" às de 2022. 

Uma destas preocupações é, segundo Marcelo, a "urgência de acelerar a recuperação da Economia, sacrificada pela guerra em 2022, reiniciada em 2023, mas agora à espera do que se passe no mundo e na Europa". Outra, são os "efeitos desse compasso de espera provocados pelas guerra na Saúde, Habitação, Educação e outras áreas sociais". Por último, "a preocupação quase silenciada" ou "falada a meia voz", mas que acaba determinar tudo mais: "o que se passará lá fora este anos e nos anos seguintes", seja nas eleições americanas, europeias, no seu impacto na Ucrânia, no Médio Oriente, as tensões no Mar Vermelho, a Economia Mundial "e, novamente, a subida de preços e o custo dos juros".

"No fundo, aquilo que é decisivo para o arranque da economia, para as condições de vida de todos, especialmente os mais pobres, os mais excluídos, os mais dependentes. Mas, também, para a defesa nacional e para a segurança, e para outras instituições soberanas, como a Justiça", notou.

Desta forma, fez um apelo claro ao voto: "Portugueses, em tempos assim, nos quais as guerras vieram relançar guerras económicas e sociais, que esperaríamos ultrapassadas pelo fim da pandemia, é nesses tempos que importa mais votar. Mesmo para aqueles que não prestaram atenção ao que se passa lá fora, até porque já vivem suficientemente apreensivos com o seu dia a dia cá dentro, é nesses instantes que mais importa votar. Tal como para os muitos que se afastaram, se cansaram, se desiludiram, é em momentos mais graves, como estes, que mais importa votar". 

O chefe de Estado notou ainda que "em 2024 passam 50 anos do 25 de Abril e 49 no primeiro voto direto de todas as mulheres e homens de mais de 18 anos em séculos de vida de Portugal",  numa alusão às eleições para a Assembleia Constituinte de 1975, e declarou que se abre agora um novo ciclo. "Fecha-se um ciclo de meio século da nossa história, abre-se outro, com novos desafios, novas exigências, novas ambições, mas sempre com os mesmos valores: democracia, liberdade e igualdade", disse.

"Porque os tempos são mesmo muito difíceis lá fora e, por isso, cá dentro. Porque nesses tempos baixar os braços é sempre a pior solução. Porque um voto desperdiçado, quando mais fazia falta, nunca é compensado por outro voto mais tarde. Porque o tempo não para e muito menos volta para trás. Porque só o voto decide, só o vosso voto escolhe, só o vosso voto é a palavra final, não é a vontade de mais ninguém nosso país, é a vossa vontade, é o vosso voto", afirmou. 

"Por tudo isto e ainda por ser este o momento de dar nova vida em estabilidade e em segurança à nossa liberdade, à nossa igualdade, à nossa democracia, apelo ao vosso voto a pensar no vosso futuro, no futuro dos vossos filhos e do vossos netos. A pensar no futuro de Portugal", rematou.

De notar que o Presidente falou ao país, um dia antes da realização das eleições legislativas, conhecido como o dia da reflexão. O mesmo havia feito, recorde-se, em janeiro de 2022.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República. A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Leia aqui o discurso do Presidente na íntegra. 

Leia Também: Marcelo homenageia mulheres polícias que trabalham no Palácio de Belém

Recomendados para si

;
Campo obrigatório