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Europa tem de "mudar mentalidade" e apostar em parcerias com África

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, defendeu hoje em Lisboa uma mudança de estratégia na relação entre a Europa e África, apostando em parcerias para financiar o desenvolvimento do continente africano.

Europa tem de "mudar mentalidade" e apostar em parcerias com África
Notícias ao Minuto

13:41 - 19/12/23 por Lusa

País Governo

"A reforma das políticas de financiamento do desenvolvimento deve ir para lá da discussão sobre recursos, e deve estar mais centrada numa mudança de estratégia, atitude e até mentalidade sobre o financiamento do desenvolvimento", disse o governante, durante a apresentação da edição portuguesa do relatório "Dinâmicas do Desenvolvimento em África 2023 - Investir no Desenvolvimento Sustentável", que decorreu hoje em Lisboa.

Num contexto geopolítico "desafiante, é importante ouvir os parceiros, identificar soluções em conjunto e trabalhar e intervir em parceria", acrescentou Francisco André, vincando que a energia, a integração e os projetos estruturantes são temas fundamentais para o desenvolvimento africano.

"África possui 60% dos melhores recursos solares, mas usa apenas 1% da capacidade de produção de energia, e 43% dos africanos não têm acesso a eletricidade; isto demonstra bem o quão longe podemos chegar e o quanto há para fazer", vincou, apontando que como são precisos "mais e melhores investimentos, 'parceria' é a palavra essencial neste domínio".

Portugal considera que o acordo de livre comércio continental africano vai trazer "mais investimentos, mais infraestruturas e facilitar o investimento externo estrangeiro, por isso cada um deve fazer aquilo que está ao seu alcance", apontou, exemplificando com o combate às alterações climáticas através de inovações no financiamento e gestão da dívida, o apoio ao investimento sustentável e os apoios orçamentais como áreas em que Portugal contribui para o desenvolvimento do continente.

"Também temos trabalhado na GlobalGateway [o programa de investimentos externos da União Europeia] para valorizar cada vez mis projetos de desenvolvimento com parceiros no continente africano, como corredores estratégicos para os nossos parceiros, mas também para Portugal e para a União Europeia, porque permitem mais infraestruturas de qualidade, e com isso mais industrialização local e mais trocas comerciais", acrescentou.

Na visão do governante português, é preciso envolver mais os parceiros privados "porque nenhum orçamento de nenhum país consegue resolver todos os problemas de desenvolvimento do continente africano, o volume exige a presença do setor privado", concluiu.

O relatório sobre as dinâmicas de crescimento em África, cuja versão portuguesa foi hoje apresentada no auditório da sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), resulta de uma parceria entre a Comissão da União Africana e o Centro de Desenvolvimento da OCDE, com tradução em português financiada pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, e o apoio institucional da CPLP.

O documento defende a necessidade de mudar a perceção sobre o risco de investir no continente, considerando que "mais e melhores dados reduzirão os custos de transação, melhorarão as avaliações de sustentabilidade e aumentarão a confiança dos investidores".

Além disso, salienta que "o reforço da capacidade da vasta rede de financiamento do desenvolvimento de África irá melhorar a afetação de financiamento sustentável" e defende também que "as políticas de integração regional irão melhorar e harmonizar o cenário de investimento em África".

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