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"Revejo a situação e não podia ter feito de outra maneira"

Desde 2008 que a vida do GNR Hugo Ernano nunca mais voltou a ser a mesma. Acusado pela morte de uma criança cigana, que estava envolvida num assalto juntamente com o seu pai, o GNR confessa em entrevista ao jornal i que embora as coisas não tenham corrido como pretendia, não se arrepende da forma como agiu, pois não havia outra forma de intervir. Como pai, acredita que a culpa é de quem colocou em perigo a vida e integridade da criança.

"Revejo a situação e não podia ter feito de outra maneira"
Notícias ao Minuto

07:12 - 07/07/14 por Notícias Ao Minuto

País Hugo Ernano

Seis anos depois, Hugo Ernano continua a sofrer as consequências de um ato que tinha como objetivo “assegurar a segurança”. Em 2008, durante uma perseguição o GNR decidiu disparar para fazer parar o condutor da carrinha. O carro em que seguia deu um salto no momento em que disparou pela segunda vez, e o tiro acabaria por atingir um dos ocupantes da carrinha em fuga. Neste caso tratava-se de uma criança.

“Um polícia não pega na arma só por pegar. Há regras e etapas antes de se chegar aos meios letais”, explica o GNR, lembrando que o homem o tentou atropelar antes de fugir e que havia ainda o perigo deste atropelar um grupo de crianças que se encontravam no largo mais à frente, motivo pelo qual tentou parar a carrinha com recurso a disparos, conta esta segunda-feira ao jornal i.

“A balística mostra que os tiros foram todos descendentes, para baixo. O que só mostra que eu não tive intenção”, explica, defendendo que não se considera culpado. “Nunca fiz, nem farei, nada que ponha em perigo a integridade física ou a vida do meu filho. E pondo-me no lugar daquele pai, vejo as coisas assim: tenho a policia atrás de mim, os polícias mandaram dois tiros para o ar…Eu paro o carro! Porque tenho o meu filho comigo!”, diz. “Não tive culpa daquilo […] não podia ter feito de outra maneira”, acrescenta.

Um confesso viciado no trabalho, Hugo Ernano viu a sua vida dar uma volta de 180.º graus. Foi obrigado a mudar de casa e vive em constante alerta, com receio do que lhe possa acontecer. Ciente de que as coisas nunca voltarão ao normal e que “há marcas que a vida nunca vai apagar”, uma coisa é certa: o incidente não o mudará como profissional.

“Os cidadãos têm de estar e de se sentir seguros. Tenho de fazer aquilo que jurei fazer cumprir: a lei”, afirma em entrevista hoje publicada pelo jornal i.

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