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"Deixe-nos fazer o arraial" no Porto. O apelo da mãe de um jovem LGBTI+

O pedido foi feito ao autarca Rui Moreira por Eulália Almeida, "mãe de um filho homossexual" que "abandonou a cidade" rumo à Alemanha.

"Deixe-nos fazer o arraial" no Porto. O apelo da mãe de um jovem LGBTI+
Notícias ao Minuto

18:17 - 29/06/23 por Ema Gil Pires

País LGBTQI+

Desde que a Câmara Municipal do Porto anunciou que o arraial da Marcha do Orgulho LGBTI+ seria realizado no Parque do Covelo, na freguesia de Paranhos, as reações têm sido várias. Uma delas, que tem sido amplamente difundida nas redes sociais, é a de Eulália Almeida, de 71 anos, em plena Assembleia Municipal da Câmara Municipal do Porto, na segunda-feira. 

Eulália é ativista dos direitos LGBTI+, membro da AMPLOS (Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género) e faz parte da COMOP (Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho do Porto). Tudo isto porque, explicou no decorrer da sua intervenção, é "mãe de um filho homossexual", que "abandonou a cidade" rumo à Alemanha.

"A minha vinda a esta Assembleia serve para lembrar todos os presentes que a comunidade LGBTI+ desta cidade tem sido muitas vezes, nos últimos anos, alvo de chacota de várias pessoas, inclusivamente de pessoas que fazem parte do executivo", começou por argumentar esta mãe, que se assume como ativista dos direitos LGBTI+ há já 10 anos. No âmbito da sua argumentação, acrescentou: "Os nossos filhos não merecem isso. Querem ser cidadãos de plena cidadania e nós temos de dar-lhes esses direitos. E é isso que não está a ser feito".

Perante a Assembleia Municipal do Porto, deixou um apelo bastante direto aos responsáveis municipais (que pode ver através da publicação seguinte), criticando a localização escolhida para a realização da Marcha do Orgulho do Porto: "Estou aqui a dar a cara para vos pedir encarecidamente que digam ao nosso presidente, porque eu sei que ele é uma pessoa digna, que nos deixe fazer o nosso arraial".

A reação de Eulália Almeida surge após a autarquia liderada por Rui Moreira ter decidido realizar o arraial no Parque do Covelo, na freguesia de Paranhos, defendendo a decisão com o facto do local ter "todas as condições para a realização do evento", por "ser um parque urbano e estar próximo de acessos viários (VCI), e transportes públicos tais como o Metro e a STCP".

Depois disso, a Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto (COMOP) veio lançar uma petição 'online' a pedir que a 18.ª MOP aconteça no centro da cidade e não seja remetida à "invisibilidade" pelo município. O documento foi entregue na quarta-feira à autarquia, com 5.701 assinaturas.

Já esta quinta-feira, a Câmara do Porto voltou a defender a sua posição, em nota enviada à agência Lusa, alegando que a realização desta marcha no centro da cidade "não facilitaria a mobilidade dos portuenses" num fim de semana com vários eventos - como o "Festival da Comida Continente (Parque da Cidade), Piquenique Dançante (Parque de S. Roque), Estádio de Praia (Edifício Transparente), Porto Pride (Parque da Pasteleira), Corrida PortuCale (Gustavo Eiffel e Paiva Couceiro)".

Leia Também: Porto. Arraial LGBTI+ no centro da cidade "não facilitaria a mobilidade"

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