A auscultação foi realizada nas três antigas freguesias, com sete mesas de voto no total, e com questão idêntica aos eleitores, que passava por saber se pretendia que a sua ex-freguesia deixasse de fazer parte da União de Guia, Ilha e Mata Mourisca.

Segundo dados enviados à agência Lusa, dos 5.642 eleitores inscritos, votaram 1.722, sendo que, destes, 1.288 quiseram a desagregação, que venceu tanto na Guia, como na Ilha e na Mata Mourisca. O "não" teve 417 votos, e houve oito votos brancos e nove nulos. A taxa de abstenção foi de 69,48%.

De acordo com informação da comissão eleita pela Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca, disponível no sítio na Internet desta autarquia, "a auscultação pública é uma forma de obter a opinião da população sobre um determinado assunto, não tendo poder vinculativo sobre a Assembleia de Freguesia, mas que servirá como base orientadora na tomada de decisão".

"Após a votação da auscultação pública, a comissão realizará um relatório dos resultados que irá apresentar à Assembleia de Freguesia que servirá de base orientadora para a votação final dos membros democraticamente eleitos", lê-se na informação.

A União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca é liderada desde 2017 por um grupo de cidadãos independentes, que ganhou a autarquia ao PSD e a manteve nas eleições autárquicas de setembro de 2021.

Um elemento da comissão, Luís Couto, disse que "esta auscultação pública fazia parte do programa eleitoral com que o grupo de cidadãos independentes voltou a candidatar-se" e referiu que em 2017 já havia esta intenção, "porque a agregação de freguesias foi feita sem ouvir a população".

Luís Couto adiantou que a comissão vai remeter o relatório à Assembleia de Freguesia, que deverá iniciar o procedimento de reversão.

O presidente da União de Freguesias, Gonçalo Ramos, assumiu estar feliz com a consulta pública, "porque se cumpriu uma promessa eleitoral e deu-se à população a oportunidade de se manifestar".

Reconhecendo que a participação "não foi em massa, como se esperava, e a abstenção é praticamente de 70%", Gonçalo Ramos admitiu que esperava uma "maior participação", tanto mais que, em 2013, na sequência da publicação da Lei da reorganização administrativa do território das freguesias, "o descontentamento foi muito grande".

"Era expectável, na minha opinião, uma participação maior", afirmou o autarca, garantindo que "a junta vai apoiar a decisão que a Assembleia de Freguesia tomará e, depois, o processo segue os seus trâmites".

Gonçalo Ramos acrescentou que, "se houver desagregação, é certo" que não será candidato.

"O nosso projeto é para a União de Freguesias", observou.

No sábado, a concelhia do PSD de Pombal assegurou, numa nota de imprensa, que o compromisso da estrutura partidária "passa por respeitar a vontade da população".

"Deste modo, a tomada de posição dos seus eleitos, quando o processo for levado a votação nos respetivos órgãos, irá ser feita em consonância com aquela que for a vontade expressa pela população, e sempre no cumprimento dos preceitos legais no âmbito deste processo", de acordo com a nota de imprensa.

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