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Jihadista portuguesa condenada a 4 anos e meio de prisão

O Ministério Público de Roterdão tinha pedido seis anos de pena.

Jihadista portuguesa condenada a 4 anos e meio de prisão
Notícias ao Minuto

12:23 - 18/02/22 por Daniela Filipe

País Justiça

Ângela Barreto, a luso-holandesa de 26 anos acusada de colaborar com o Estado Islâmico (EI) durante seis anos, foi hoje condenada a quatro anos e meio de prisão pelos crimes de recrutamento de jovens e tráfico de armas, nos Países Baixos, avança o jornal De Telegraaf. Trata-se da sentença mais alta no país para um caso desta natureza. Recorde-se que o Ministério Público de Roterdão tinha pedido seis anos de pena.

Segundo a SIC, que se encontra no local, o advogado de defesa da mulher, Jeffrey Jordan, pretende utilizar pelo menos um dos dois recursos ainda disponíveis.

Detida há cerca de um ano, Ângela Barreto não esteve presente na leitura da sentença, que corroborou que a 'noiva da jihad' colaborou com o EI de forma livre e voluntária. Durante os seis anos que permaneceu na Síria, demonstrou também que apoiava a ideologia, publicando fotos em que aparecia armada e oferecendo apoio a execuções públicas divulgadas pela propaganda do EI. Uma das principais agravantes terá sido o recrutamento de, pelo menos três jovens holandeses.

Recorde-se que, no julgamento, que teve lugar no início deste mês, a acusação considerou que a 'noiva da jihad', que viveu no califado e foi casada com três líderes do EI, entre os quais Fábio Poças e Nero Saraiva, ambos portugueses, foi responsável por convencer jovens neerlandesas a juntarem-se ao grupo terrorista.

"Contribuiu para a morte de muitas vítimas que foram brutalmente assassinadas e permaneceu no califado", sublinhou o promotor público, citado pelo De Telegraaf.

"Era uma verdadeira mulher do EI e a organização, implacável, contava com ela", acrescentou, assegurando que a mulher trabalhava ativamente com o EI, tendo pesquisado sobre a guerra na Síria antes de se alistar. Mesmo depois da queda do EI, Ângela terá confessado à mãe o desejo de que o filho crescesse forte, para matar o maior número possível de 'infiéis'.

Apresentando-se em tribunal de forma inocente, a 'noiva da jihad' não convenceu quando disse ter procurado regressar, ao se aperceber de que a vida de aventura não passava de uma ilusão.

"Distancio-me completamente do EI, acho terrível o que eles fizeram", disse a luso-holandesa, na altura, em lágrimas. "Estou envergonhada e peço desculpa a todas as vítimas. Sinto-me muito mal", complementou.

Jeffrey Jordan, advogado de defesa da mulher, garantiu que esta vivia "num mundo de sonhos", tendo uma juventude difícil, marcada pela miséria e pela passagem por instituições juvenis. "Ela não se radicalizou." 

Com apenas 18 anos, Ângela, agora de 26 anos, viajou para a Síria, em 2014, onde se casou com um português do EI, que conheceu na Internet, Fábio Poças. Com a morte deste, voltou a casar e, mais tarde, teve um terceiro companheiro, Nero Saraiva. Este último está detido numa prisão do Iraque.

[Notícia atualizada às 12h41]

Leia Também: Tribunal neerlandês pede seis anos de prisão para portuguesa jihadista

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