Após ter sido revelado, na semana passada, que foi identificado um novo suspeito, Christian Brueckner, no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, o padrasto de Joana Cipriano - a menina que desapareceu aos oito anos, na Figueira, a cerca de oito quilómetros do apartamento da Praia da Luz, no Algarve, em 2004 - pediu à Polícia Judiciária e às autoridades alemães que investigassem uma possível ligação entre o novo suspeito alemão e o rapto e homicídio da menina portuguesa. 

Na altura do desaparecimento de Joana, Leonor e João Cipriano, a mãe e tio da menina, foram condenados pelo homicídio da menor. Contudo, ainda hoje, ambos, garantem que estão inocentes.  

Agora, passados 16 anos desde que Joana foi vista pela última vez, Leandro Silva, o padrasto da menina portuguesa, considera que, pelos locais de desaparecimento de ambas as crianças serem tão perto, que a polícia deveria questionar o novo suspeito sobre o desaparecimento da Joana. 

"Quando vi que [Christian Brueckner] era suspeito de ter raptado a Maddie, pensei logo na Joana e que ele podia estar envolvido. O desaparecimento da minha enteada é um caso que não foi resolvido, independentemente do que dizem as autoridades", disse Leandro em entrevista ao jornal britânico Mirror. 

Sublinhando que o corpo da menina nunca apareceu, o padrasto insistiu: "A Leonor nunca seria capaz de fazer mal à Joana, era uma boa mãe. (....) Penso que as autoridades geriram mal a investigação e, por isso, queria que fosse reaberta por forma a confirmar se o alemão está envolvido". 

Durante a entrevista, Leandro Silva focou, recorrentemente, que "há muitas semelhanças em ambos os desaparecimentos" e exigiu justiça pela enteada. "Sonho em saber o que aconteceu com a Joana, assim como sei que os McCann precisam de saber o que aconteceu a Madeleine, mesmo que isso signifique descobrir que elas estão mortas", afirmou ainda o português, de 54 anos.  

Recorde-se que o novo suspeito do caso de Maddie está preso em Kiel, na Alemanha, a cumprir pena por tráfico de droga e abuso sexual de menores. Christian Brueckner, que viveu em Portugal entre 1995 e 2007, tornou-se no principal suspeito para as autoridades alemãs, fruto do resultado da investigação a registos telefónicos, que o colocam nas redondezas da Praia da Luz na noite de desaparecimento de Maddie, em 2007. As polícias alemã, inglesa e portuguesa estão a colaborar, tendo sido pedida a ajuda da população por pistas relacionadas com o suspeito.

Um procurador alemão disse que tudo indica que Madeleine McCann está morta, mas admitiu faltarem "provas concretas" para incriminar o suspeito. Os investigadores esperam obter mais informação sobre o suspeito que possam levar à sua incriminação. 

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