Teia: A saída sob caução, os pedidos de prisão preventiva e "o enxovalho"
Dos quatro arguidos da operação 'Teia', apenas Laranja Pontes, presidente do IPO, regressou a casa depois de ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal do Porto. As medidas de coação só serão conhecidas na próxima segunda-feira.
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País Operação
O presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, viu-se envolvido na 'teia' de uma das mais recentes operações desencadeadas pela Polícia Judiciária. Depois de ouvido pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, o médico saiu em liberdade, mediante o pagamento de uma caução de 20 mil euros.
Em declarações à porta do TIC, Laranja Pontes, que desde este sábado é um homem reformado, emocionou-se ao falar do "enxovalho" de que disse ter sido vítima a sua filha, atual chefe de gabinete na Câmara de Matosinhos.
Na base da saída está, segundo fonte judicial, o facto de o "Ministério Público ter pedido a suspensão das funções, a proibição de contactos com outros arguidos e funcionários do IPO e uma caução carcerária de 20 mil euros, o que foi aceite pela defesa".
"Fui restituído à liberdade e as medidas de coação serão conhecidas na próxima segunda-feira", acrescentou o arguido que saiu do TIC acompanhado pelo advogado Pedro Ávila, no final do dia em que esteve a ser interrogado cerca de quatro horas.
Laranja Pontes foi ouvido no âmbito do caso conhecido por 'Teia', que se centra nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos bem como no Instituto Português de Oncologia do Porto, relacionando-se com "viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", segundo um comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público nesta investigação.
Preventiva e domiciliária para restantes arguidos?
O Ministério Público pediu hoje a prisão preventiva para Joaquim Couto e Manuela Couto, também arguidos do processo 'Teia'. O presidente da Câmara de Santo Tirso e a mulher, a empresária Manuela Couto, são os principais visados pelo procurador, que pede ainda a prisão domiciliária com pulseira eletrónica para Miguel Costa Gomes, presidente da Câmara de Barcelos. Porém, as medidas de coação decretadas pelo TIC só serão conhecidas na próxima segunda-feira, a partir das 14h.
Recorde-se que neste sábado, em declarações à entrada do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, onde desde sexta-feira os quatro detidos da operação estão a ser ouvidos pelo juiz de instrução Artur Guimarães, o advogado procurou desmontar as suspeitas lançadas ao presidente da Câmara de Santo Tirso e à empresária.
Reportando-se às "alegadas viagens efetuadas pelo presidente da Câmara de Santo Tirso que se diz terem sido pessoais, mas a expensas do município", Nuno Brandão afirmou já ter sido "apresentada prova documental que revela que a parte das viagens de caráter pessoal, sem caráter institucional, foi custeada pelos próprios e não pela câmara".
As afirmações ocorrem no mesmo dia em que são noticiadas viagens do casal para diversos destinos, alegadamente a expensas da autarquia do distrito do Porto.
Nuno Brandão frisou também, sobre a atividade empresarial de Manuela Couto, que no processo em apreciação "já foi assumido por várias pessoas com responsabilidades decisórias neste processo que não se está a discutir nem a qualidade dos serviços, nem o preço dos serviços nem a efetividade dos serviços que foram prestados pelas empresas de Manuela Couto".
Defendendo que "não se põe em causa que os serviços existiram, que foram prestados e eram de qualidade e adequados às necessidades e conforme aos preços que se praticam no mercado", o advogado enfatizou que apenas estão em discussão "questões de caráter procedimental, formal e não de substância". Portanto, "não há aqui o depauperamento de dinheiros públicos a ser discutido neste processo", disse.
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