O golo decisivo de Salvio no Estádio António Coimbra da Mota, na última jornada, já nos descontos, que acabou por valer o triunfo suado, por 2-1, do Benfica frente ao Estoril, levantou uma nova 'discussão' no universo encarnado. Rui Vitória deve manter a aposta em Rafa e Cervi nas extremidades do ataque na receção ao Tondela, no próximo sábado, ou, por outro lado, promover o regresso de 'El Toto' à titularidade, recompensando assim as excelentes respostas dadas pelo internacional alviceleste nos últimos encontros após 'saltar' do banco. 

Após a lesão contraída na partida frente ao Rio Ave, a 3 de fevereiro, que o obrigou a uma intervenção cirúrgica ao joelho direito e a uma paragem de oito semanas, Salvio regressou à competição diante do V. Guimarães e rapidamente mostrou serviço. Se diante dos vimaranenses não teve tempo para deixar a sua marcar - entrou aos 89' minutos -, no compromisso seguinte, no Bonfim, o extremo foi lançado e acabou por ser decisivo para a vitória do Benfica, por 2-1, ao sofrer o penálti que viria a ser convertido por Raúl Jiménez já em cima do apito final.

Uma influência determinante que voltou a ser evidenciada na Amoreira, frente ao Estoril. Com o jogo 'bloqueado' (1-1), Rui Vitória colocou o argentino em campo, no lugar do compatriota Cervi, aos 79', e nos descontos 'El Toto' apontou o golo que valeu três pontos aos encarnados, 'reclamando', ainda com mais argumentos, o regresso à titularidade. Atualmente, Salvio soma oito golos em 34 encontros esta temporada, num total de 44 remates, o que significa que o camisola 18 apresenta uma média de 23% de aproveitamento, marcando um golo a cada quatro tentativas.

Caso Rui Vitória opte por devolver o lugar no onze a Salvio, haverá obrigatoriamente um 'sacrificado' que passará por Cervi ou Rafa. O argentino tem vindo a revelar-se uma das peças mais importantes da equipa esta época, enquanto o internacional português aproveitou precisamente a lesão de Salvio para mostrar serviço. 

Números dificultam a escolha

Este indefinição em torno das opções para as alas do ataque ganha outros contornos até porque uma das características mais profundas do Benfica esta temporada tem sido exatamente essa capacidade para desequilibrar a partidas das faixas. Se o lado esquerdo, por norma, gera maiores dificuldades aos adversários, muito se deve às excelentes combinações de Grimaldo e Cervi.

O argentino atravessa um dos melhores momentos da carreira, é o terceiro maior assistente do campeonato, com oito passes para golo, os mesmos do bracarense Ricardo Horta, apenas atrás de Ricardo Esgaio (Sp. Braga), que soma 10, e Alex Telles (FC Porto), com 11. Além disso, já marcou por três vezes, num total de 37 remates, que lhe permitem apresentar uma percentagem de cerca de 8,1% de acerto, festejando a cada 12 'tiros'.

Por seu lado, Rafa tem vindo a subir de produção de jogo para jogo. Se na retina ficou a tremenda infelicidade no capítulo da finalização no encontro com o Estoril - não conseguiu bater Renan Ribeiro em três ocasiões flagrantes -, há que sublinhar que, desde que assumiu o lugar de Salvio, o internacional português já marcou três golos (P. Ferreira, Feirense e Estoril) e tem sido um dos maiores focos de desequilíbrio no processo atacante das águias. A esses três remates certeiros nos 28 remates conseguidos - 10,7% de aproveitamento, marcando a cada nove tentativas -, o extremo soma ainda três passes para golo. Números que dificultam a escolha a Rui Vitória e que geram daquelas 'dores de cabeça' que os treinadores mais gostam.