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Polícias catalães investigados por protegerem Puigdemont em França

A direção da polícia regional da Catalunha (Mossos d'Esquadra) disse hoje que vai investigar a prestação de serviços de escolta em França ao ex-presidente do governo regional Carles Puigdmeont por elementos desta força de segurança.

Polícias catalães investigados por protegerem Puigdemont em França
Notícias ao Minuto

17:58 - 10/05/24 por Lusa

Mundo Catalunha

O jornal El Pais revelou hoje que elementos dos Mossos d'Esquadra em horário fora de serviço e sem as armas da polícia estão a fazer a segurança de Puigdemont no sul de França, a partir de onde o ex-presidente catalão está a fazer a campanha eleitoral para as eleições regionais do próximo domingo.

Fontes do comando dos Mossos d'Esquadra disseram ao El Pais e a outros meios de comunicação que vão investigar o caso para perceber em que circunstâncias os polícias estão no sul de França e se cometeram algum ato ilegal ou passível de uma sanção disciplinar.

Vários sindicatos da Polícia Nacional de Espanha (que não representam os elementos dos Mossos d'Esquadra) consideraram hoje este caso "um escândalo intolerável, estando os agentes de serviço ou não", sublinhando que Puigdemont é "um fugitivo" da justiça espanhola desde 2017 e que os mesmos polícias que o estão a escoltar em França teriam obrigatoriamente de o deter se cruzasse a fronteira.

Puigdemont vive desde 2017 fora de Espanha para não ser julgado por causa da tentativa de autodeterminação da Catalunha daquele ano e é alvo de um mandado de detenção em território nacional emitido pela justiça espanhola.

Os sindicatos da Polícia Nacional sublinharam que "qualquer atividade relacionada com a segurança" está proibida a qualquer polícia, "incluindo a título gratuito", e pediram que seja aberto um inquérito.

Já o sindicato dos Mossos d'Esquadra Sap-Fepol confirmou haver elementos desta polícia a proteger Puigdemont em França "no seu tempo livre" e afirmou que só podem estar a fazer se não cobrarem pelos serviços prestados.

O porta-voz deste sindicato, Toni Castejón, lembrou que no passado já houve elementos dos Mossos d'Esquadra julgados por prestarem serviços de segurança a Puigdemont fora de Espanha, nestes moldes, e acabaram absolvidos.

Ainda assim, Castejón reconheceu que depois de alguns casos, foi emitida uma circular em 2019 pela direção dos Mossos d'Esquadra que alertava que os elementos desta polícia não deveriam prestar aquele serviço e proibiu a acumulação de folgas, que estavam a ser usadas para as deslocações para a proteção de Puigdemont no estrangeiro.

O atual presidente do governo regional (que tutela os Mossos d'Esquadra), Pere Aragonès, considerou hoje que estão em causa decisões pessoais de polícias e disse não ver problema em que o façam fora do horário de serviço e sem arma.

Aragonès (que não é do partido de Puigdemont) acrescentou que, porém, cabe à própria polícia concluir se há alguma irregularidade.

Puigdemont, por seu turno, considerou "uma vergonha" e "impróprio de regimes democráticos" a investigação anunciada pela polícia catalã "a cidadãos por no seu tempo livre fazerem voluntariado".

Todos os ex-presidentes regionais catalães têm direito a escolta e o caso de Puigdemont gera polémica desde 2017, por viver no estrangeiro e ser procurado pela justiça espanhola.

O El Pais lembrava hoje que além de "tensões políticas e policiais", já houve condenações. Foi o que aconteceu com Miquel Buch, que teve a tutela da Administração Interna num governo autonómico e foi condenado em 2023 a quatro anos e meio de prisão e 20 anos de impossibilidade de exercer cargos públicos por ter simulado a contratação de um ex-sargento dos Mossos d'Esquadra como assessor que na realidade protegia Puigdemont no estrangeiro.

Leia Também: Eleições. Puigdemont, um "cádaver político" que ganhou nova vida

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