António Mexia e Carlos Silva mantém-se na administração do BCP até maio
O presidente do BCP, Nuno Amado, disse hoje que os dois administradores não executivos do banco envolvidos em casos judiciais, António Mexia e Carlos Silva, vão manter-se no Conselho de Administração até à assembleia-geral.
© Lusa
Economia Nuno Amado
Nuno Amado foi hoje questionado pelos jornalistas, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados do banco referentes a 2017, sobre a manutenção de Carlos Silva e António Mexia como administradores não executivos, quando estes estão envolvidos em casos judiciais.
Em resposta aos jornalistas, Nuno Amado disse que este tema foi avaliado em Conselho de Administração e que "considerou-se que não havia nenhuma razão para que dois administradores com um papel tão relevante no banco não pudessem continuar a dar o seu contributo para o banco ultrapassar dificuldades".
O gestor afirmou, assim, que até à próxima assembleia-geral de eleição dos órgãos sociais do BCP o Conselho de Administração manter-se-á inalterado, manifestando concordância com essa posição.
"O Conselho de Administração considerou que não faria sentido fazer alteração. E bem, porque o banco está no caminho e no percurso que é importante para acionistas, clientes e colaboradores", afirmou.
O BCP tem marcada para 15 de maio a assembleia-geral de eleição dos novos órgãos sociais, incluindo o novo Conselho de Administração. O mandato da atual administração terminou no final de 2017.
O jornal Público noticiou, a semana passada, que Mexia pode estar de saída da administração do banco, não figurando no próximo Conselho de Administração (onde representa o acionista EDP), quer devido aos problemas com a justiça devido às rendas da energia quer por excessos de mandatos exercidos no banco.
Quanto a Carlos Silva, vice-presidente do Conselho de Administração do BCP, vários órgãos de comunicação social noticiaram que as ligações do banqueiro à alegada corrupção ao procurador Orlando Figueira pelo ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente (operação Fizz) deverão levar ao seu afastamento.
Carlos Silva é um dos fundadores da sociedade Interoceânico (que tem uma participação abaixo de 2% no BCP) e presidente do Banco Atlântico. Tem ainda ligações à petrolífera Sonangol, atual segunda maior acionista do BCP, com cerca de 15%.
O maior acionista do BCP é o grupo Chinês Fosun com pouco mais de 25% de participação.
A imprensa tem referido que Nuno Amado vai continuar como presidente executivo do BCP no próximo Conselho de Administração.
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