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Cazorla e as lesões: "Uma bactéria comeu-me 10 centímetros de tendão"
Num entrevista ao jornal AS, o jogador espanhol deu alguns detalhes sobre os problemas físicos que enfrentou e lembrou que chegou a deixar uma partida da Champions em lágrimas por causa das dores.
© Getty Images
Desporto Espanha
Todos nós temos uma ideia pré-concebida que a vida de um desportista profissional é uma espécie de mar de rosas a que se acrescentam contratos milionários. Porém, nem todas as histórias são assim, mesmo quando se chega aos patamares mais elevados.
Santi Cazorla, atleta que agora vestirá as cores do Villarreal, em entrevista ao jornal AS, deu detalhes sobre os problemas físicos que enfrentou nos últimos três anos. Das lágrimas que deitou por causa das dores que sentiu durante um jogo da Champions, a uma bactéria que lhe comeu parte do tendão, Cazorla explicou que durante algum tempo ponderou mesmo abandonar os relvados.
"Tudo começou mais ou menos há uns três anos e meio. Ao princípio jogava com dor, estive assim um ano e meio, mas chegou a um ponto em que a dor era insuportável. Num jogo da Liga dos Campeões, nunca me vou esquecer, chorei em campo, não dava para aguentar e pedi a substituição", começou por referir o médio.
" Foi um calvário, é a palavra certa para definir o que me aconteceu. Primeiro não sabia o que tinha, depois vieram as operações e a seguir as bactérias que apanhei na sala de operações. É verdade que foram erros médicos e alguma negligência mas o principal culpado fui eu porque fui eu que decidi onde ser operado e as coisas não correram bem", explicou, dando detalhes sobre os problemas que enfrentou.
"Houve um momento que tive de vir a Espanha, a bactéria já tinha comido 10 centímetros de tendão, o que obrigou a fazer todas as operações que fiz até hoje. As coisas melhoraram mas não ficaram bem. Até que um dia o tendão partiu parcialmente. Ao abrir viram que o tendão não tinha cicatrizado bem e que estava a pressionar os nervos, e assim tiveram de voltar a operar-me", explicou, antes de lembrar a importância do apoio familiar.
"Houve momentos complicados e cheguei a falar com a minha família sobre a possibilidade de parar. Não estar com os meus filhos... Vir para o hotel, saber que estava sozinho, os meus filhos a pedirem-me para ir para casa, cheguei a ter dúvidas. Mas sempre tive uma grande vontade de voltar a jogar. E a minha família nunca me deixou baixar os braços. Quando me viam em baixo eram os primeiros a dar-me ânimo", finalizou o médio.
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