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Muçulmanos da Bósnia alertam para perigos do referendo

O líder dos muçulmanos da Bósnia alertou hoje que os sérvios bósnios estão a "brincar com o fogo" ao admitirem a realização de um referendo sobre as celebrações do dia nacional da Sérvia.

Muçulmanos da Bósnia alertam para perigos do referendo
Notícias ao Minuto

12:31 - 29/07/16 por Lusa

Mundo Sérvia

No princípio do mês, os legisladores sérvios da Bósnia anunciaram a vontade de propor a realização de um referendo em setembro, um mês antes das eleições locais, sobre a manutenção das celebrações do dia 09 de janeiro criticadas pelas restantes comunidades bósnias.

Desde o fim da guerra, em 1995, que a Bósnia se encontra dividida em duas entidades semi-independentes: os sérvios e a federação croato-muçulmana.

Bakis Izetbegovic, líder dos muçulmanos da Bósnia, disse à Agência France Presse que o Presidente dos sérvios bósnios, Milorad Dodik, "está a brincar com o fogo" ao apoiar o referendo que pode vir a realizar-se no próximo dia 25 de setembro.

"Ele está sempre a tentar ultrapassar a linha que estabelece aquilo que é permitido neste país e para o que é aceitável pela comunidade internacional", afirmou Izetbegovic.

"Se ele ultrapassar a linha vai ter de se responsabilizar pelas consequências", acrescentou o líder dos muçulmanos da Bósnia,

O referendo sobre o 09 de janeiro vai contra a lei que ordenou aos sérvios bósnios a alteração da data do dia nacional porque não respeita os restantes grupos étnicos, além de coincidir com um feriado ortodoxo.

Além do mais, refere o chefe dos muçulmanos, Dodik tem mantido na agenda política a organização de um referendo sobre a separação da parte sérvia da Bósnia, a República Srpska.

Em 2013, Izetbegovic apresentou um protesto formal contra as celebrações do dia 09 de janeiro junto do Tribunal Constitucional, argumentando que deixa de fora todos os restantes grupos que constituem a Bósnia.

O tribunal pronunciou-se em 2015 a favor da queixa, aconselhando a República Srpska a escolher uma nova data que possa ser consensual para os croatas e para os muçulmanos.

Mesmo assim, os partidos políticos sérvios da Bósnia rejeitaram a posição do tribunal.

Izetbegovic sugeriu a intervenção do enviado internacional à Bósnia, no sentido de se tentar evitar o referendo que é contra o Tratado de Paz de Dayton, que pôs fim à guerra que se prolongou entre 1992 e 1995.

No dia 09 de janeiro de 1992, os sérvios da Bósnia proclamaram a "República do povo da Sérvia", na altura em que a Bósnia integrava a Jugoslávia.

Na altura, as restantes comunidades encararam a proclamação como um sinal de que os sérvios bósnios não estavam interessados em manter a unidade da Bósnia.

Três meses depois, começou a guerra que opôs muçulmanos e croatas contra sérvios e depois muçulmanos contra os croatas, na Bósnia.

O conflito bósnio fez pelo menos 100 mil mortos.

Atualmente, a Bósnia tem uma população de 3,5 milhões de habitantes, sendo que um milhão e 200 mil pessoas residem na Republica Srpska, onde 82 por cento são de origem sérvia.

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