Brasil e Angola devem ser criativos e aprofundar as relações bilaterais
O ministro das Relações Exteriores angolano, Georges Chikoti, defendeu hoje que Brasil e Angola realizem "ações criativas" para continuar a aprofundar suas relações em tempos de crise económica, durante um evento em Brasília.
© Lusa
Mundo Georges Chikoti
"Os países enfrentam hoje, por conta da conjuntura mundial, grandes desafios económicos e financeiros. (...) É nesse cenário que Angola e Brasil terão de projetar ações criativas para continuar a desenvolver as relações entre os países", afirmou Chikoti, na abertura do seminário "40 Anos do Reconhecimento da Independência de Angola pelo Brasil".
O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em novembro de 1975.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou no seminário e, em seguida, os governantes tiveram uma reunião de trabalho bilateral.
"O reconhecimento do Brasil dignificou a luta armada do povo angolano e reacendeu a chama da esperança", disse Chikoti, realçando que o ato "livre e autónomo" da política externa brasileira demonstrou o seu apoio ao processo de descolonização de antigas colónias portuguesas.
O governante angolano realçou que, em alguns períodos, "a situação interna dos países gerou incertezas desnecessárias" em suas relações, e relembrou o aumento das trocas comerciais e o auxílio dado pelo Brasil para a reconstrução angolana nos anos 1990, e o aprofundamento das relações a partir dos anos 2000, "sustentado pela vontade política dos chefes de Estado".
O ministro brasileiro, no seu discurso, afirmou que os dois países estão unidos por "laços históricos e culturais" e relembrou a presença de cidadãos e empresários brasileiros em Angola, além da realização de projetos de cooperação em diferentes áreas, como a educação e a segurança.
"O dia 11 de novembro de 1975 tem inegável valor para Angola, e também para o Brasil, o primeiro país a reconhecer a sua independência", disse Mauro Vieira.
Um livro com uma seleção dos documentos diplomáticos brasileiros sobre o reconhecimento da independência de Angola será lançado para divulgar detalhes do processo de decisão, de acordo com Mauro Vieira, e para ampliar a visão sobre a política externa do país para a África.
O comércio bilateral entre os países cresceu mais de 80% entre 2006 e 2014, e alcançou no ano passado 2.370 milhões e dólares (2.205 milhões de euros).
O ministro Georges Chikoti seguirá na segunda-feira para os Estados Unidos, onde participará no "Angola Day", em Washington, evento subordinado também à celebração dos 40 anos da independência do país.
A independência de Angola foi proclamada a 11 de novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola e o primeiro Presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.
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