União Europeia considera indispensável adiamento das eleições
A União Europeia considerou "indispensável" um adiamento das eleições de maio e junho no Burundi, enquanto as manifestações contra um terceiro mandato do presidente cessante continuam, cinco dias depois de uma tentativa falhada de golpe de Estado.
© Reuters
Mundo Burundi
A UE "partilha e apoia a conclusão da Cimeira da Comunidade da África Oriental, segundo a qual não estão reunidas as condições propícias para a organização das eleições e é indispensável um adiamento", indicaram os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus reunidos em Bruxelas.
O Burundi tem marcadas eleições legislativas e municipais para 26 de maio, seguidas de presidenciais a 26 de junho.
A União lembrou ainda que "condena a tentativa de golpe de Estado no Burundi, assim como qualquer ato de violência e de desvio da ordem constitucional, quem quer que sejam os autores", na sequência do golpe falhado contra o presidente Pierre Nkurunziza há cinco dias.
A União "apela a todas as partes, ao governo, aos serviços de segurança, grupos políticos incluindo os seus movimentos de jovens, para que se abstenham de qualquer ação que possa agravar a tensão" e "tenham em conta o superior interesse do país".
Pedindo "particularmente às forças armadas e de segurança do Burundi para darem mostras de contenção e manterem a sua neutralidade, assegurando a proteção da população civil", a UE solicita igualmente que "os processos judiciais contra os presumíveis autores do golpe de Estado respeitem os direitos de defesa e as regras do Estado de direito".
O Burundi vive uma crise política iniciada pela designação do presidente como candidato a um terceiro mandato a 25 de abril. As manifestações de protesto iniciaram-se no dia seguinte.
Os opositores consideram um terceiro mandato anticonstitucional, mas o tribunal que fiscaliza a aplicação da lei fundamental deu razão ao campo governamental. O argumento é que o primeiro mandato do presidente, iniciado em 2005, não conta dado ele ter sido escolhido pelo parlamento e não por sufrágio direto como em 2010.
Mais de 25 pessoas foram mortas em confrontos devido à contestação e muitas mais ficaram feridas. Segundo a ONU, mais de 100.000 burundianos fugiram para os países vizinhos desde o início da violência pré-eleitoral.
Na quarta-feira, o general Godefroid Niyombare, ex-companheiro de armas de Pierre Nkurunziza durante a guerra civil (1993-2006), anunciou a destituição do presidente, mas no dia seguinte os golpistas reconheceram terem falhado e vários dos presumíveis autores do golpe já foram detidos.
A contestação a um terceiro mandato de Nkurunziza não parou e os líderes da oposição apelaram hoje aos manifestantes, que se concentraram em vários bairros periféricos de Bujumbura, apesar dos tiros de aviso de militares, para continuarem mobilizados.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com