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União Europeia considera indispensável adiamento das eleições

A União Europeia considerou "indispensável" um adiamento das eleições de maio e junho no Burundi, enquanto as manifestações contra um terceiro mandato do presidente cessante continuam, cinco dias depois de uma tentativa falhada de golpe de Estado.

União Europeia considera indispensável adiamento das eleições
Notícias ao Minuto

17:15 - 19/05/15 por Lusa

Mundo Burundi

A UE "partilha e apoia a conclusão da Cimeira da Comunidade da África Oriental, segundo a qual não estão reunidas as condições propícias para a organização das eleições e é indispensável um adiamento", indicaram os ministros dos Negócios Estrangeiros europeus reunidos em Bruxelas.

O Burundi tem marcadas eleições legislativas e municipais para 26 de maio, seguidas de presidenciais a 26 de junho.

A União lembrou ainda que "condena a tentativa de golpe de Estado no Burundi, assim como qualquer ato de violência e de desvio da ordem constitucional, quem quer que sejam os autores", na sequência do golpe falhado contra o presidente Pierre Nkurunziza há cinco dias.

A União "apela a todas as partes, ao governo, aos serviços de segurança, grupos políticos incluindo os seus movimentos de jovens, para que se abstenham de qualquer ação que possa agravar a tensão" e "tenham em conta o superior interesse do país".

Pedindo "particularmente às forças armadas e de segurança do Burundi para darem mostras de contenção e manterem a sua neutralidade, assegurando a proteção da população civil", a UE solicita igualmente que "os processos judiciais contra os presumíveis autores do golpe de Estado respeitem os direitos de defesa e as regras do Estado de direito".

O Burundi vive uma crise política iniciada pela designação do presidente como candidato a um terceiro mandato a 25 de abril. As manifestações de protesto iniciaram-se no dia seguinte.

Os opositores consideram um terceiro mandato anticonstitucional, mas o tribunal que fiscaliza a aplicação da lei fundamental deu razão ao campo governamental. O argumento é que o primeiro mandato do presidente, iniciado em 2005, não conta dado ele ter sido escolhido pelo parlamento e não por sufrágio direto como em 2010.

Mais de 25 pessoas foram mortas em confrontos devido à contestação e muitas mais ficaram feridas. Segundo a ONU, mais de 100.000 burundianos fugiram para os países vizinhos desde o início da violência pré-eleitoral.

Na quarta-feira, o general Godefroid Niyombare, ex-companheiro de armas de Pierre Nkurunziza durante a guerra civil (1993-2006), anunciou a destituição do presidente, mas no dia seguinte os golpistas reconheceram terem falhado e vários dos presumíveis autores do golpe já foram detidos.

A contestação a um terceiro mandato de Nkurunziza não parou e os líderes da oposição apelaram hoje aos manifestantes, que se concentraram em vários bairros periféricos de Bujumbura, apesar dos tiros de aviso de militares, para continuarem mobilizados.

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