Israel aprova polémico plano de expansão na Cisjordânia ocupada

Israel aprovou hoje definitivamente o polémico plano de expansão dos colonatos perto de Jerusalém Oriental, que impedirá o acesso à cidade a partir da Cisjordânia ocupada e dificultará o estabelecimento de um Estado palestino contíguo.

Bezalel Smotrich, mapa de Maale Adumim, Cisjordânia ocupada

© MENAHEM KAHANA/AFP via Getty Images

Lusa
20/08/2025 13:11 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Em comunicado, o ministro das Finanças e colono israelita, Bezalel Smotrich (extrema-direita), confirmou a decisão da Administração Civil israelita, dizendo que "apaga na prática a ilusão de 'dois Estados' e consolida o controlo do povo judeu sobre o coração da Terra de Israel".

 

"O Estado palestiniano está a ser apagado da mesa não com 'slogans', mas com ações. Cada assentamento, cada bairro, cada casa é um novo prego no caixão dessa ideia perigosa", disse Smotrich, um dos principais promotores da colonização dos territórios palestinos ocupados.

Com esta decisão, a Administração Civil - o órgão do Governo israelita que administra a Cisjordânia - aprova a construção de 3.410 casas na área conhecida como 'E1', um terreno de 1.200 hectares a leste de Jerusalém habitado por várias comunidades beduínas palestinianas.

A terra faz parte do colonato judaico de Ma'ale Adummim, o terceiro assentamento mais populoso da Cisjordânia ocupada, com 40.000 habitantes, e considerado ilegal pelo direito internacional.

Além disso, o projeto inclui a construção de uma nova estrada que vai separar o tráfego palestiniano e israelita e transferir o controlo militar para entrar em Jerusalém Oriental até 14 quilómetros a leste.

Jerusalém Oriental é a parte palestiniana da cidade, anexada unilateralmente por Israel em 1980 e reivindicada pelos palestinianos como capital do futuro Estado da Palestina.

"Tenho o prazer de anunciar que, há apenas uma hora, a Administração Civil aprovou o planeamento para a construção do bairro 'E1'!", anunciou Guy Yifrah, presidente da câmara do colonato de Ma'ale Adumim, em comunicado.

Os colonatos judaicos são considerados ilegais à luz do Direito internacional e a decisão já foi criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.

"Esta é uma decisão consciente de Israel de implementar um regime de 'apartheid'. Se a comunidade internacional leva a sério a paz e um Estado palestiniano, é urgente tomar medidas efetivas para impedir que Israel expulse palestinianos da área 'E1'", disse Aviv Tatarsky, investigador da organização não-governamental (ONG) israelita Ir Amim, em comunicado.

Durante décadas, as autoridades israelitas recusaram-se a aprovar o plano devido à pressão da comunidade internacional, que teme que a expansão dos colonatos impeça a criação de um Estado palestiniano, com Jerusalém Oriental como capital.

No entanto, depois de Benjamin Netanyahu ter chegado ao poder em 2022 à frente de uma coligação sem precedentes com a extrema-direita - os principais defensores da colonização dos territórios palestinianos -, o Governo israelita aprovou um número inédito de novos colonatos e confiscação de terra.

Vários países, incluindo França, Reino Unido, Portugal, Canadá ou Austrália, preveem reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-geral das Nações Unidas, em setembro, perante protestos das autoridades israelitas.

Leia Também: Protesto ocupa sede da Microsoft e visa relação da empresa com Israel

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