O presidente do Conselho Europeu, António Costa, agradeceu "o extraordinário trabalho feito pelos líderes europeus" que viajaram até Washington com o presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, para uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Referiu também que a União Europeia continuará a "pressionar a Rússia" e deseja que futuras negociações sejam "bem-sucedidas".
"Todos agradecemos o extraordinário trabalho de equipa feito pelos líderes europeus que ontem estiveram reunidos com o presidente Trump em Washington e o facto de esta reunião ter tido avanços concretos naquilo que é prioritário", referiu, em declarações aos jornalistas, à saída da videoconferência com os líderes da União Europeia, notando que teve também a oportunidade de falar com Volodymyr Zelensky.
E acrescentou: "Neste momento há três prioridades muito claras. Primeiro assegurar que os ataques param e paramos de ter mortes no solo ucraniano. Segundo lugar que se retoma o processo de troca de prisioneiros e se avança na devolução de crianças que foram raptadas e que estão, neste momento, desaparecidas".
António Costa ressalvou que a reunião serviu também para "preparar as garantias de segurança para um futuro processe de paz", realçando que foi "muito importante o presidente Trump ter confirmado a disponibilidade dos Estados Unidos para participar nas medidas de segurança".
"E, finalmente, preparar as desejadas conversações bilaterais, trilaterais e quadrilaterais que possam ter lugar o mais depressa possível. Do ponto de vista da União Europeia, discutimos o que é que, de concreto, a UE pode fazer para credibilizar este processo e apoiar os esforços de paz do presidente Trump".
O presidente do Conselho Europeu sublinhou que "há três dimensões fundamentais". "Uma, reforçar a pressão sobre a Rússia avançando na preparação do 19.º pacote de sanções".
"Em segundo lugar, desbloquear a facilidade europeia para a paz, de forma a reforçar as capacidades militares da Ucrânia. As bases das futuras garantias de segurança serão sempre as próprias forças armadas ucranianas, reforçar a sua capacidade é trabalhar em concreto para reforçar as medidas de segurança no futuro", explicou.
E continuou: "Finalmente, avançar no processo de alargamento, visto que o futuro da Ucrânia não são só medidas de segurança. É também a perspetiva de estabilidade, de desenvolvimento, de prosperidade que o acesso à União Europeia assegurará".
António Costa destacou que foi nestas "dimensões" que os líderes trabalharam e que acredita que "nas próximas semanas" terão "muito trabalho pela frente". "Estamos num ponto difícil, crítico, nada está garantido, mas é preciso continuar este trabalho para pudermos ter sucesso".
O presidente do Conselho Europeu defendeu também que o que "é fundamental é que a guerra pare" e não "as palavras". "Estamos há mais de três anos com uma guerra constante, é preciso que ela pare".
"Se lhe chamamos tréguas, se chamamos cessar-fogo, se chamamos acordo de paz, o que importa é que as mortes terminem, a destruição termine e as negociações sejam possíveis de ter lugar e que sejam bem-sucedidas qualquer que seja o seu formato", salientou.
Note-se que, na segunda-feira, vários líderes europeus acompanharam o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca e reuniram-se com Donald Trump para discutir um possível fim do conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
Após o encontro, o presidente norte-americano referiu que tinha telefonado a Vladimir Putin e adiantou que, em breve, será marcado um encontro bilateral entre Zelenksy e Putin.
[Notícia atualizada às 14h39]
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