Tem 95 anos e é um de 6 que luta por repatriação para a Coreia do Norte

Ahn Hak-sop é um de seis homens que poderá nos próximos dias ir do Sul até à Coreia do Norte, décadas depois de ter sido detido por espionagem. Diz que o Sul é uma "colónia dos EUA" e que quer ser enterrado onde nasceu, depois de ter passado 42 anos atrás das grades.

Ahn Hak-sop

© RTSG_News/ X (antigo Twitter)

Ana Teresa Banha
19/08/2025 18:08 ‧ há 3 horas por Ana Teresa Banha

Mundo

Coreia do Norte

Seis idosos pediram para serem repatriados para a Coreia do Norte. O pedido surge décadas depois de terem sido libertados por espionagem no Sul, recusando-se a abandonar a ideologia.

 

A informação é revelada pela Agência France-Presse (AFP), que explica que os homens em causa têm entre 80 e 96 anos e que foram detidos numa altura em que as duas Coreias estavam separadas - apesar de a situação atual ser um armistício, que diz respeito a um acordo formal entre partes em conflito para suspender hostilidades.

O grupo que representa estes seis homens diz que eles devem ser tratados como "prisioneiros de guerra" e que os seus pedidos devem ser respeitados sob as Convenções de Genebra.

A AFP nota ainda que no início deste século, 50 anos após a 'pausa' da guerra entre os territórios, foram repatriados 63 ex-prisioneiros "não convertidos" através da aldeia de Panmunjom, na fronteira, naquilo que foi um período de tentativa de reaproximação - o primeiro e único evento desse tipo até hoje.

Um destes homens, identificado como Ahn Hak-sop, de 95 anos, foi preso durante a Guerra da Coreia e ficou preso mais de 40 anos antes de ser libertado.

De acordo com a NK News, ainda na semana passada Ahn Hak-sop falou sobre o eventual regresso, que poderá acontecer nas próximas horas. "Isto é uma colónia dos Estados Unidos", começou por dizer, referindo-se ao Sul. "Antes de morrer, quero regressar. E mesmo na morte: quero ser enterrado na minha terra independente. Foram 'precisos' 42 anos e momentos de tortura para que fosse libertado, em 1995.

Este homem, que ainda o mês passado foi hospitalizado, foi capturado em 1953, quando tentou entregar "algo" a membros do Partido Comunista da Coreia do Norte (conhecido como Partido dos Trabalhadores da Coreia) que estavam na zona do Sul. Na zona, refez a sua vida, casou e teve uma filha, mas, atualmente, a esposa tem demência e está internada - e a filha morreu em julho.

A guerra entre as Coreias durou entre 1950 e 1953, com o armistício a durar até hoje - e a ser trabalhado 'mais do que nunca', depois da eleição do novo presidente em junho. Lee Jae-myung prometeu melhorar os laços entre Pyongyang e Seul, tendo o Sul ainda este mês a desmantelar altifalantes de propaganda na fronteira com o Norte, num gesto que procurou reduzir tensões.

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Lusa | 06:44 - 04/08/2025

Ainda na última semana, Lee Jae-myung prometeu "respeitar" o sistema político da Coreia do Norte e construir "confiança militar". As declarações foram feitas um dia depois de Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano, Kim Jong-un, dizer que o Norte não tinha "vontade de melhorar as relações" com o Sul.

A posição já vem antes de o novo presidente sul-coreano tomar posse, dado que ainda o ano passado, após drones sul-coreanos passarem a fronteira, a política ameaçou Seul, considerando que os vizinhos "estarão num ataque de histeria até às suas mortes miseráveis".

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 Notícias ao Minuto | 14:56 - 14/10/2024

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