ONU considera importante que Kyiv e Moscovo falem diretamente

A ONU afirmou hoje que considera "obviamente importante" uma conversa direta entre os líderes da Ucrânia e da Rússia, dois países em guerra, e reiterou a sua disponibilidade para assumir algum papel no processo de negociações de paz.

 Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres, ONU,

© Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images

Lusa
19/08/2025 19:44 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Há muita discussão sobre possíveis diálogos, formatos e locais. (...) Acho que é obviamente importante que as partes diretamente envolvidas neste conflito possam falar diretamente umas com as outras", respondeu o porta-voz da secretaria-geral da ONU, Stéphane Dujarric, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma reunião entre os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

 

O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem feito planos para um encontro presencial entre Putin e Zelensky.

Na sequência, Putin, que decretou a invasão da Ucrânia em 2022, propôs-se a organizar um encontro bilateral com o homólogo ucraniano em Moscovo - proposta que foi prontamente negada pelo Presidente ucraniano, segundo a agência de notícias francesa AFP.

"Posso dizer que o secretário-geral [da ONU, António Guterres] acolhe com grande satisfação os recentes compromissos diplomáticos liderados pelos Estados Unidos e pelo Presidente Trump, com foco na obtenção de uma solução pacífica na Ucrânia", disse hoje Dujarric, defendendo a necessidade de um cessar-fogo imediato e de uma paz sustentável na Ucrânia.

Questionado ainda por jornalistas sobre o papel que a ONU poderia ter nas negociações de possíveis garantias de segurança para a Ucrânia, Dujarric reforçou que a organização está "pronta para assumir um papel que pode ou não ser-lhe atribuído com base nos princípios propostos pelo secretário-geral".

"O secretário-geral está pronto para apoiar qualquer esforço significativo para encontrar um fim para o conflito na Ucrânia", frisou.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado, em ofensivas com 'drones' (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

No plano diplomático, após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kyiv, realizou-se a 15 de agosto uma cimeira no Alasca entre Trump e Putin sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados.

A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões -- Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia.

Leia Também: Orbán defende que adesão de Kyiv à UE não dá garantias de segurança

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