Macron alerta para desastre da ofensiva contra cidade de Gaza

O Presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou hoje que a ofensiva militar que Israel está a preparar para tomar a cidade de Gaza "só pode conduzir a um verdadeiro desastre" para palestinianos e israelitas.

Emmanuel Macron, França,

© Getty Images

Lusa
20/08/2025 14:23 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A operação, para a qual Israel mobilizou hoje 60.000 reservistas, "levará a região a uma guerra permanente", disse Macron após conversas telefónicas com o homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e o rei Abdullah da Jordânia.

 

Macron, que retomou os termos de um aviso que fez há 10 dias, defendeu novamente nas redes sociais uma "missão de estabilização internacional" principalmente com o Egito e a Jordânia, noticiou a agência France-Presse (AFP).

O novo aviso surge na sequência da decisão do ministro da Defesa israelita, Israel Katz, de aprovar o plano de ataque do exército à cidade de Gaza e de ordenar a mobilização de reservistas para a operação.

A decisão surge no dia seguinte a uma proposta de trégua negociada pelo Egito e pelo Qatar que prevê um cessar-fogo de 60 dias e a libertação dos reféns ainda detidos em Gaza em duas fases.

A proposta foi aceite pelo grupo extremista palestiniano Hamas, cujo ataque em Israel em 07 de outubro de 2023 desencadeou a guerra em curso na Faixa de Gaza.

O Governo israelita continua a exigir a libertação de todos os reféns como condição prévia para o cessar-fogo.

Macron defende um processo que passe primeiro por um cessar-fogo permanente, a libertação dos reféns, o envio de ajuda humanitária e o desarmamento do Hamas, acompanhado pelo envio de uma "missão de estabilização internacional".

O Presidente francês comprometeu-se a reconhecer o Estado da Palestina na próxima Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro, no que foi seguido por uma dezena de países.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou na terça-feira que essa vontade de reconhecer o Estado palestiniano alimentava "o fogo antissemita" em França.

Macron respondeu a denunciar uma análise "errada e abjeta", sinal de que as relações entre os dois países estão no ponto mais baixo.

A França vai copresidir com a Arábia Saudita à conferência sobre a solução de dois Estados, Israel e Palestina, marcada para setembro, em Nova Iorque.

"Esta é a única saída credível: para as famílias dos reféns, para os israelitas e para os palestinianos igualmente", escreveu Macron nas redes sociais, também citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

Na conversa com Macron, o rei jordano defendeu a "necessidade de intensificar os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e acalmar a situação na Cisjordânia", segundo Amã.

Abdullah destacou a "importância de garantir um fluxo ininterrupto de ajuda humanitária a todas as zonas" do enclave palestiniano.

"O rei reiterou a rejeição da Jordânia às declarações israelitas sobre um 'Grande Israel'", segundo um comunicado divulgado pela agência de notícias jordana Petra.

Também rejeitou os planos israelitas para "consolidar a ocupação em Gaza e expandir o controlo militar", bem como "as medidas unilaterais na Cisjordânia, incluindo o plano de colonatos".

Abdullah e Al-Sisi concordaram com a posição de Paris de que "a única forma de alcançar uma paz justa e duradoura na região é através da solução de dois Estados".

Nesse sentido, ainda segundo a Petra, valorizaram a intenção do reconhecimento do Estado da Palestina como "um passo para dar mais apoio aos palestinianos e alcançar a estabilidade na região".

A ofensiva israelita em Gaza de resposta ao ataque de 07 de outubro de 2023 causou mais de 62.100 mortos, segundo dados do governo do Hamas, que controla o território desde 2007.

O ataque sem precedentes liderado pelo Hamas no sul de Israel provocou 1.200 mortos e 250 reféns.

O grupo extremista, que Israel prometeu erradicar após o ataque de outubro, é qualificado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

[Notícia atualizada às 15h55]

Leia Também: Encontro entre Zelensky e Putin deverá ser na Europa, desvenda Macron

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