"Precisamos de diálogo para um plano futuro. O que o Governo nos deu foi algo espetacular, num prazo muito curto e de uma forma muito complexa. Estou extremamente satisfeito com a resposta", explicou o enviado norte-americano, quando questionado se estava convencido com a resposta das autoridades libanesas ao plano de desarmamento do movimento xiita pró-iraniano.
Durante uma conferência de imprensa na capital libanesa, Barrack defendeu que é necessário "uma abordagem focada nos detalhes" e prometeu empenho "para ser alcançada uma resolução".
O representante norte-americano classificou o atual documento de trabalho como uma "oportunidade" que deve ser "aproveitada agora", uma vez que "todos terão de abdicar de alguma coisa", embora não tenha revelado detalhes sobre o plano que está a ser delineado.
Nesta segunda visita ao território libanês, o enviado especial transmitiu uma mensagem do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na qual o chefe da diplomacia dos EUA destacou que o Médio Oriente está a progredir, advertindo, porém, que o Líbano pode ficar para trás.
"Vamos, sigam em frente! Vocês são a pérola do Mediterrâneo (...) a ponte entre o Oriente e o Ocidente, o povo mais incrível e resiliente do mundo", afirmou, indicando que não serão os EUA a ditar o que fazer, mas sim a ajudar.
A proposta dos EUA apela ao desarmamento do Hezbollah e de todas as fações libanesas e não libanesas (uma referência aos grupos palestinianos presentes no Líbano) até novembro, em todo o país, de acordo com os meios de comunicação social libaneses.
No domingo, o líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o movimento xiita está pronto para manter o acordo de cessar-fogo com Israel, mas também para se envolver em "confronto e defesa".
Qassem deixou ainda claro que não há espaço para a derrota nos planos do movimento.
"Não falem das nossas capacidades. Não falem dos nossos sentimentos. Devem concentrar-se numa coisa: somos homens de batalha. Não aceitamos ser humilhados", garantiu o líder do Hezbollah, referindo-se ao facto de não estarem dispostos a depor as armas.
Israel tem prosseguido com os ataques contra o Líbano apesar do cessar-fogo com o grupo libanês Hezbollah de 27 de novembro de 2024, que pôs fim a mais de um ano de conflito.
O acordo alcançado estipulava que tanto Israel como o Hezbollah deveriam retirar as tropas do sul do Líbano.
O exército israelita manteve, no entanto, cinco postos no território do país vizinho, o que também foi criticado pelas autoridades libanesas e pelo grupo xiita.
O Hezbollah integra o chamado "eixo de resistência" contra Israel liderado pelo Irão, de que fazem parte outros grupos extremistas da região como o Hamas, a Jihad Islâmica ou os rebeldes huthis do Iémen.
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