Países da região condenam pedidos israelitas para anexação da Cisjordânia

Vários países do Médio Oriente condenaram o pedido apresentado por mais de uma dezena de ministros do Governo israelita para a anexação total da Cisjordânia antes do final do mês, divulgou hoje a imprensa internacional.

Cisjordânia

© ZAIN JAAFAR/AFP via Getty Images

Lusa
03/07/2025 15:46 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Na quarta-feira, os ministros do partido Likud, força política do primeiro-ministro israelita, exortaram Benjamin Netanyahu a anexar a Cisjordânia antes do final do mês, aproveitando os avanços "históricos" alcançados contra o Irão e aliados, numa referência ao grupo extremista palestiniano Hamas.

 

"O Egito rejeita categoricamente estas declarações, que constituem uma clara violação do direito internacional e uma tentativa perigosa de consolidar uma ocupação ilegal dos territórios palestinianos", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio num comunicado publicado na rede social Facebook, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.

O ministério egípcio declarou que o objetivo desta proposta é "minar o direito do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do seu Estado independente e soberano - segundo as fronteiras existentes em junho de 1967 - na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como capital".

"O Egito reafirma a sua rejeição às flagrantes violações israelitas na Cisjordânia, incluindo incursões militares, prisões e a expansão dos colonatos ilegais, juntamente com os crimes que ocorrem na Faixa de Gaza, que visam minar todos os aspetos da vida do povo" palestiniano, frisaram as autoridades egípcias, pedindo a intervenção da comunidade internacional perante tal hipótese.

Já o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Sufian al-Qudah, condenou as "declarações perigosas" feitas pelos ministros israelitas e afirmou que estas palavras constituem "uma flagrante violação do direito internacional e das obrigações de Israel enquanto potência ocupante dos territórios palestinianos".

"Constituem também um ataque inaceitável ao direito do povo palestiniano de estabelecer o seu Estado independente e soberano segundo as fronteiras de 04 de junho de 1967, com Jerusalém ocupada como capital", afirmou o porta-voz jordano num comunicado publicado na rede social X, lembrando que "Israel não tem soberania sobre os territórios palestinianos ocupados".

A diplomacia da Turquia juntou-se às críticas, rejeitando "fortemente" os apelos dos ministros israelitas, que "representam uma clara evidência das políticas de colonização de Israel, contrárias ao direito internacional, através dos seus esforços para perpetuar a ocupação".

"Estes apelos irresponsáveis à anexação, especialmente quando continuam os esforços para se alcançar um cessar-fogo [na Faixa de Gaza], ignoram os princípios de uma solução justa e duradoura há muito defendida pela comunidade internacional", enfatizou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.

"É evidente que as intervenções sistemáticas de Israel nos territórios palestinianos e as suas práticas destinadas a deslocar à força o povo palestiniano aumentam ainda mais a fragilidade da região", sublinhou Ancara, reiterando a defesa da criação de um Estado palestiniano para "garantir a paz duradoura, a confiança mútua e a estabilidade no Médio Oriente".

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita condenou as declarações dos ministros israelitas, argumentando que "violam as resoluções internacionais".

Nas mesmas declarações, Riade reforçou a sua rejeição a "qualquer tentativa de expansão dos colonatos nos territórios palestinianos" e manifestou o seu "total apoio ao povo palestiniano na obtenção dos seus direitos legítimos".

A diplomacia do Qatar juntou-se igualmente às críticas e afirmou que as palavras dos ministros israelitas "são uma extensão das políticas racistas, coloniais e de colonatos de ocupação, assim como uma flagrante violação do direito internacional e da Resolução 2334 do Conselho de Segurança das Nações Unidas".

A Cisjordânia está ocupada pelo exército israelita desde 1967.

Mais de 500.000 israelitas vivem na Cisjordânia em colonatos, considerados ilegais pela lei internacional, ao lado de cerca três milhões de palestinianos.

Leia Também: Operações militares israelitas na Cisjordânia fizeram dois mortos

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