Segundo a Comissão de Resistência aos Muros e Colonatos na Palestina, um órgão do Governo de Ramallah, citada pela agência de notícias palestiniana Wafa, a área confiscada inclui Malakhi HaShalom, um assentamento ilegal estabelecido em 2015 em terras pertencentes à aldeia de Al-Mughayir.
A ordem israelita foi realizada sob o pretexto de declarar as terras como "propriedade estatal", uma estratégia que a entidade afirmou fazer parte de um esforço mais amplo para legalizar e expandir os colonatos existentes, em concreto o de Malakhi HaShalom.
Os israelitas na Cisjordânia ocupada vivem em colonatos que, apesar de ilegais segundo os padrões internacionais, recebem frequentemente financiamento e apoio do Estado.
De acordo com a comissão palestiniana, com esta nova decisão, a área total confiscada na categoria de "terras estatais" ascende agora a 25.824 dunams (cada dunam equivale a mil metros quadrados), distribuídas por 12 ordens de confisco distintas.
Neste contexto de expansão territorial, são frequentes os ataques de colonos contra comunidades palestinianas e até contra as próprias forças de segurança de Israel.
Desde outubro de 2023, mais de 60 comunidades pastoris palestinianas foram deslocadas à força devido à violência dos colonos israelitas, segundo a organização não-governamental (ONG) israelita B'Tselem.
Entretanto, os colonos criaram 87 novos "postos avançados" --- uma etapa anterior ao estabelecimento de um colonato --- e pelo menos 40 colonatos judaicos nos últimos 19 meses, de acordo com a ONG Peace Now, que documenta a ocupação no território palestiniano.
Todos eles são ilegais segundo o direito internacional e representam um obstáculo direto à criação de um Estado palestiniano.
O anúncio de planos da expansão israelita na Cisjordânia ocupada acontece numa fase em que se aguardam resultados das negociações entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, após 21 meses de uma guerra que devastou o enclave.
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